Alckmin reitera que não houve fraude na publicidade

De acordo com o governador, agora cabe ao Ministério Público aprofundar a avaliação sobre o caso.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de São Paulo e pré-candidato pelo PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse que há um "cavalo de batalha em cima de uma coisa que não tem o menor sentido" nas reportagens publicadas de que a administração dele favoreceu veículos de comunicação ligados a deputados estaduais com anúncios publicitários da Nossa Caixa. Segundo Alckmin, a própria instituição financeira promoveu investigação, demitiu o gerente de marketing Jaime de Castro Júnior, responsável pelos contratos, e remeteu o processo para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas do Estado. "Se eu não fosse candidato, nem estaria (a história) no jornal", disse Alckmin, em entrevista coletiva, após reunir-se com o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), no Palácio dos Bandeirantes. De acordo com o governador, as investigações que poderiam ser feitas no âmbito da administração estadual já foram realizadas, e agora cabe ao Ministério Público aprofundar a avaliação sobre o caso. "Não vemos nenhum problema em mais investigações. Se tiver outras investigações, só colaboram", afirmou. Alckmin insistiu que seus assessores diretos não promoveram nenhum tipo de ingerência política na administração do banco estadual. Ao defender seu assessor de comunicação, Roger Ferreira, o governador afirmou que os e-mails que ele encaminhou a Jaime, conforme publicado hoje no jornal Folha de S. Paulo, não há a constatação de ingerência política. "Se eu te citar, quer dizer que é verídico?", disse o governador, voltando-se para os jornalistas. Ele admitiu que a Nossa Caixa errou ao prorrogar contratos com as agências de publicidade Full Jazz e Colucci, entre 2003 e 2005, mas insistiu que se tratou de "erro meramente formal", porque os contratos poderiam ser prorrogados por mais um ano, conforme os termos previamente estabelecidos. Por fim, Alckmin recusou a análise de que os contratos de publicidade pretendiam favorecer deputados aliados na Assembléia Legislativa. Ele alegou que a Nossa Caixa faz "publicidade pulverizada", e que apenas os contratos firmados com cinco veículos de comunicação, de um conjunto de mais de 500, com o qual o banco se relaciona, foram contestados. Sobre o fato de o deputado estadual Afanásio Jazadji (PFL), ter dito hoje, em entrevista à rádio CBN, que negociou pessoalmente com o governador a inserção de anúncios da Nossa Caixa no programa de rádio do próprio deputado, em troca de apoio na Assembléia Legislativa, Alckmin rebateu: "Afanásio Jazadji faz oposição 24 horas por dia. Estranho, né? O governo beneficiar a oposição. Não tem nada disso". Para o senador Tasso Jereissati, o noticiário envolvendo a Nossa Caixa não vai prejudicar a campanha presidencial de Alckmin. "Só quando a gente esconde, proíbe que alguém venha depor sobre o assunto, quando a gente proíbe que as pessoas mostrem o que está acontecendo, é que sai prejudicado. O governador Alckmin não se esconde, vem aqui falar com a imprensa, permite que qualquer um venha depor, aparecer, falar ou ser testemunha de qualquer caso, para que tudo fique claro", argumentou.

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