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Alckmin recebe apoio de Aécio antes mesmo de Serra

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

O candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC) à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, recebeu hoje o primeiro apoio do alto escalão do PSDB, a presença em sua campanha de rua do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Alckmin e Aécio conversaram durante 20 minutos, a portas fechadas, no Comitê Central do candidato, na região central de São Paulo, e depois enfrentaram uma forte chuva para ir até a esquina tomar um café. Aécio deve se reunir ainda hoje com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mas disse que não pretende pedir o engajamento dele na campanha de Alckmin. "Não é necessário. Vamos compreender as circunstâncias em que Serra vive", disse. Segundo o governador mineiro, o fato de Serra ter sido prefeito de São Paulo e de seu vice, Gilberto Kassab (DEM), ser hoje candidato à reeleição originou uma situação delicada. "Serra tem pessoas ligadas a ele nesta administração (da Prefeitura), mas saberá construir esta transição naturalmente, vamos dar tempo ao tempo", afirmou. Alckmin também se esforçou para provar que terá o apoio de Serra ainda no primeiro turno dessas eleições. Ele contou que conversa semanalmente com o governador. "O apoio de Aécio não exclui o de Serra. Ele virá tomar café comigo. Todos virão", afirmou o candidato. Alckmin disse ainda que não pretende causar nenhum constrangimento a Serra. "Vou agregar todos que queiram trazer apoio." Outro reforço que deverá chegar já na próxima semana na campanha de Alckmin é a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Alckmin contou que FHC lhe telefonou hoje e marcou uma vista ao seu comitê de campanha. "Fernando Henrique me disse que quer participar da campanha e que bastava que eu o chamasse", afirmou o candidato, explicando que ainda não convidou FHC em respeito ao momento difícil que ele atravessa após morte de sua esposa Ruth Cardoso. Aécio Neves afirmou também não temer que a divisão entre os tradicionais aliados PSDB e DEM, no município, afete a aliança nas eleições presidenciais de 2010. "Estaremos juntos em 2010, episódios municipais se restringem aos municípios", disse. Alckmin também buscou despistar especulações sobre as eleições presidenciais. "Somos todos do mesmo partido e 2010 é uma outra eleição." Cidade Limpa Alckmin recuou da estratégia que vinha adotando nos últimos dias, de críticas contundentes aos seus oponentes, e se comprometeu até a manter projetos do prefeito da cidade. Em evento da Associação Brasileira de Lojistas e Shoppings (Alshop), o tucano afirmou que, se eleito, manterá a Lei Cidade Limpa, principal bandeira da campanha de Kassab. "Defendemos a limpeza total da cidade", disse. Sem explicar em que pontos flexibilizaria a Cidade Limpa, Alckmin prometeu dialogar com os comerciantes, que são contra a lei. "Dialogar é sempre bom", disse. "Nada é perfeito, você pode aperfeiçoar." A lei, que vale desde 2007, proíbe outdoors e restringe a publicidade em faixas e placas. Alckmin adotou a mesma cautela ao comentar o decreto de Kassab que restringe a circulação de caminhões, instituído esse ano e que causou protestos dos transportadores e comerciantes. Para o ex-governador do Estado, ainda é cedo para avaliar a medida. "De um lado é preciso um sacrifício para melhorar o trânsito, de outro é preciso cuidado para não encarecer ainda mais São Paulo", afirmou Alckmin.

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