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Alckmin prega unidade entre tucanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, falando nesta terça à noite aos deputados federais do seu partido, o PSDB, fez um discurso em favor da unidade dos tucanos no processo de escolha do candidato à presidência da República. "O candidato que o partido escolher, o soldado Alckmin estará sempre puxando a bandeira", afirmou, vinte e quatro horas após ter declarado que não aceitaria apelos da cúpula tucana para renunciar à pré-candidatura presidencial em favor do adversário no partido, o prefeito José Serra. Ele acrescentou que está trabalhando "todos os dias para ser o candidato do entendimento e da unidade partidária." No discurso, em jantar na residência do deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), no Lago Norte, Alckmin condenou a preocupação com os resultados de pesquisas eleitorais neste momento, a dez meses da eleição presidencial de 2006. Citou o exemplo do ex-prefeito Paulo Maluf lembrando que, na campanha de 1998 para o governo de São Paulo, Maluf tinha, em fevereiro, 43% das intenções de voto, e Mário Covas, de quem Alckmin seria o candidato a vice, não tinha nem 18%, mas acabaria vencendo. "Todos os adversários de Maluf, somados, não davam 40% das intenções de votos", comentou, "e o Maluf nem foi para o segundo turno." O jantar foi realizado a pedido do próprio Alckmin, que manifestou o desejo de ter esse encontro com a bancada. No entender do governador, a eleição só começa para valer "quando muda o horário da novela", para dar espaço à propaganda eleitoral gratuita na televisão. Ele disse acreditar que só aí o processo eleitoral permite o embate de idéias e o estabelecimento de empatia entre os candidatos e os eleitores. Alckmin foi aplaudido ao afirmar que "o governo do PT não merece um novo mandato" e completou: "Nem mais um dia." Em uma crítica velada ao adversário no partido - o prefeito paulistano, José Serra - o governador disse que não vai transformar em "luta exacerbada" a campanha eleitoral. "Ninguém vai ganhar a eleição chamando o adversário de ladrão", disse, referindo-se ao fato de Serra ter e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso terem afirmado que a ética do PT é roubar. Na visão do governador, o candidato precisa é dizer o que fará se for eleito, abordando questões objetivas. "Nós vamos fazer o que sabemos: dar qualidade ao gasto público para recuperar a capacidade de investimento do governo", afirmou. Disse que, no governo de São Paulo, reduziu o ICMS sobre o álcool, e a poluição caiu em 29%. Anunciou que haverá investimentos de R$ 9 bilhões no Estado de São Paulo neste ano de 2006. O governador propôs que se faça "um grande mutirão, uma caminhada cívica" no País, para se resgatarem "os valores da ética na política brasileira" e destacou que isso só se faz "com um time", e não individualmente. Alckmin encerrou seu discurso afirmando: "Se Deus quiser, vamos buscar um grande entendimento no partido."

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