Alckmin pede que aliados paulistas barrem movimento contra Temer

Governador oferece jantar no Palácio dos Bandeirantes a prefeitos para que diretório estadual do PSDB se mantenha ao lado do presidente

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Por Pedro Venceslau
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Atualizado às 22:33

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reuniu prefeitos aliados de cidades importantes do Estado, como São Bernardo do Campo e Santo André, para discutir a posição do diretório estadual do partido, que se reúne próxima segunda-feira, 5, sobre um possível desembarque do governo de Michel Temer. O peemedebista e o governador se reuniram na noite desta sexta-feira, 2, no Palácio dos Bandeirantes, pouco antes das 22h, em São Paulo. Segundo a assessoria do presidente, ele voltaria ainda nesta sexta para Brasília.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com o presidente Michel Temer (PMDB), em encontro com investidores, em São Paulo, em 30 de maio Foto: Felipe Rau/Estadão

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A sede do governo estadual também foi local de jantar oferecido por Alckmin na noite de quinta-feira, 1, para passar a orientação de que defender a saída da base não é a decisão mais acertada neste momento, diferentemente da posição adotada pelo presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, e pela ala jovem da legenda.

O recado passado por Alckmin a aliados foi acertado com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e com o próprio Temer. Aos prefeitos, Alckmin teria dito que uma eleição indireta agora desorganizaria todo o processo de sucessão em 2018, no qual o tucano é declaradamente parte interessada.

Segundo interlocutores do governador, delegar para o Congresso a escolha de um eventual sucessor de Temer antes da eleição do ano que vem seria abrir caminho para a vitória do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já considerado o nome mais forte para um pleito indireto. Como ele é deputado e já tem o controle da Casa, a avaliação de Alckmim é de que mesmo Jereissati não conseguiria vencê-lo.

Se a orientação de Alckmin for seguida à risca, a reunião de segunda deve terminar sem uma posição clara dos tucanos paulistas a respeito do governo Temer. É esse o acordo que o presidente espera fechar nesta noite.