Alckmin: ´Não tenho a menor preocupação com a reeleição´

Para o candidato tucano ao Planalto, quatro anos de mandato são suficientes

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Por Agencia Estado
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O candidato do PSDB à Presidência da República, governador Geraldo Alckmin, disse ser contra fazer uma emenda constitucional alterando o mandato presidencial para cinco anos, sem a possibilidade de reeleição. "Eu sou contra essa história de mandato de cinco anos. Ou quatro anos com reeleição ou quatro anos sem reeleição", disse em entrevista ao ´Jornal das Dez´, da Globo News. No entanto, ele disse que esse é um assunto para ser tratado pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, deixou claro que considera quatro anos suficientes para governar e promover reformas, que poderiam ser efetivadas já no primeiro ano de mandato. "Quatro anos é um período extremamente bom para você fazer um grande trabalho. Aliás, o primeiro ano é essencial para poder - tendo a legitimidade da eleição - fazer aquilo que tem que fazer para o País avançar." O governador paulista negou que durante o encontro com o prefeito José Serra, na sede da Prefeitura de São Paulo, tenha tratado da eleição para o governo do Estado. "Não. A conversa não foi sobre a questão do governo do Estado. Eu fui prestar uma homenagem ao nosso prefeito pelo seu desprendimento", afirmou Geraldo Alckmin. E prosseguiu: "Eu quero destacar neste momento o grande gesto do prefeito José Serra. Preparado, um dos melhores quadros que nós temos." Além dos elogios à atitude do prefeito, Alckmin aproveitou para cumprimentar o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE), pelo trabalho durante as articulações para a escolha do candidato do partido. "Ele fez um grande esforço pelo entendimento. Trabalhou para o partido estar unido e para servir o Brasil e acho que conseguiu isso." Vice-presidente Ao ser indagado se já está considerando algum nome para ser o candidato a vice, Geraldo Alckmin foi evasivo. "A questão de vice é uma questão ´a posteriori´", disfarçou. Porém, ressaltou a importância das alianças: "Nós não queremos correr o risco de, ganhando as eleições, - eventualmente se ganharmos as eleições - não tenhamos uma base sólida para governar o País e sejamos obrigados a fazer uma base em cima de barganhas, até esse tipo de barganha que o PT tem se tornado conhecido por fazer", alfinetou. "No que depender de nós, o esforço será pela aliança. A aliança é importante para ganhar a eleição e é importante para governar, para fazer todas as reformas de que o País precisa", frisou. "Então, o vice é questão para o futuro." Sem deixar de lado a necessidade de alianças com outros partidos, inclusive o PMDB, o governador destacou a possibilidade de continuar a dobradinha com o PFL. "Nós temos muito respeito pelo PFL, então as conversas devem ser sempre partidárias", ponderou, ressalvando que seria deselegante falar sobre aliança para o primeiro turno no momento em que a candidatura do prefeito do Rio, César Maia, ainda continua vigente. "Se o prefeito César Maia desistir da sua candidatura, nós temos a expectativa de seguirmos juntos", disse o candidato peessedebista. "Enfim, nós temos interesse em estarmos juntos, mas tudo tem o seu tempo" Ao ser perguntado sobre a possibilidade de o presidente Lula abrir uma vantagem muito grande que poderia dar a ele a vitória já no primeiro turno, o candidato Geraldo Alckmin disse que ainda é cedo para fazer essas projeções. "Na realidade, a campanha começa mesmo em julho, sob o ponto de vista legal, mas ela começa, sob o ponto de vista da população, a partir do horário de rádio e da televisão", afirmou. Mais uma vez, lembrou que como candidato a governador do Estado ele conseguiu reverter uma vantagem semelhante. "Eu confio no julgamento popular, tenho um enorme apreço pela democracia e acredito na mudança", salientou. "Acho que a mensagem é de um grande projeto de confiança, de postura ética, de desenvolvimento, de emprego, de renda. Eu acredito na mudança e acho que a população está aberta para ouvir esse debate."

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