Alckmin não confirma candidatura de Serra e faz campanha

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Por Agencia Estado
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin continua atuando como pré-candidato do PSDB às eleições para a Presidência da República, enquanto o prefeito da capital, José Serra, mantém mistério sobre sua decisão de concorrer ou não ao cargo. Mas, apesar dos rumores de que o prefeito já estaria decidido a entrar na disputa, Alckmin preferiu não se aprofundar em temas relacionados à sua própria pré-candidatura para a eleição deste ano. Manteve o mesmo discurso dos últimos dias, alegando que não há novidades sobre o assunto e que não há necessidade de apressar as discussões. Alckmin também negou que a reportagem divulgada hoje pelo jornal O Globo, que afirma que cinco tucanos conversaram com Serra nos últimos dias e confirmaram a decisão do prefeito sobre a corrida presidencial, tenha trazido alguma novidade sobre a atual situação do PSDB. "Eu não tive nenhuma informação em relação a essas notícias. Para mim não há nenhuma novidade". "Lula anti-Juscelino" Hoje, o governador caracterizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "anti-Juscelino", ao comentar as declarações dadas pelo presidente à revista The Economist de que não tem pressa de fazer a economia brasileira decolar. Em uma comparação com a postura desenvolvimentista do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Alckmin defendeu que pressa é exatamente o que o Brasil precisa neste momento. "Eu fiquei extremamente impressionado, é o anti-Juscelino", afirmou a governador logo após cerimônia em que foi lançado Programa de Revitalização dos Pólos de Articulação Metropolitana (Pró-Polos), no município de Caieiras, região metropolitana de São Paulo. "Tudo que o Brasil precisa é pressa para tirar o atraso, para diminuir a pobreza, para fazer inclusão social", acrescentou. Segundo ele, o que falta ao governo federal é "um sentimento de urgência das coisas". "Tudo pode deixar para amanhã, empurrar com a barriga. Isso não existe no mundo moderno, no mundo competitivo", disse. Ele comparou o País a uma empresa privada, argumentando que nesse último caso os que não agem de forma rápida, não buscam eficiência e não fazem as reformas necessárias acabam ficando para trás. "É o que está acontecendo com o Brasil", disse, lembrando que o crescimento do PIB do ano passado ficou entre os piores da América Latina, atrás apenas do Haiti. "A luz amarela está acesa. O governo precisa aprender com essa luz amarela que não dá para o Brasil continuar sendo o último da fila." Alckmin aproveitou para defender que, para se fazer inclusão social, é preciso estimular emprego e renda. Ele disse ver dois grandes objetivos para reverter o atual cenário: o primeiro deles é promover crescimento econômico para estimular a renda; o segundo é investir em educação como forma de promover a inclusão social. "Não tenho pressa" Ainda sobre as eleições, Alckmin disse que é preciso aguardar os acontecimentos. "Não tenho pressa. Isso aí daqui a mais alguns dias deve estar resolvido", afirmou o governador. Ele também negou que esteja incomodado com o fato de Serra ainda não ter dado uma resposta oficial sobre o assunto ao mesmo tempo em que os principais líderes tucanos optaram por se manterem afastados da imprensa. Em resposta ao comentário de um jornalista de que a definição do nome tucano que irá disputar a Presidência está "demorando pra chuchu" o governador apenas respondeu: "Mas vai chegar lá". Ele também negou planos de conversar sobre a questão eleitoral com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, nos próximos dias. Alckmin disse que, pelo que sabe, o senador tucano não deverá vir a São Paulo no fim de semana. O governador, por sua vez, viaja para o interior do Estado, onde passará pelos municípios de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Limeira. Na semana que vem, está prevista uma visita à Paraíba. Alckmin realizou o trajeto entre o bairro da Lapa, na capital, até Caieiras em um trem metropolitano. Pouco antes de lançar o projeto Pró-Polos, realizou a entrega de equipamentos de manutenção para a rede ferroviária da região. "Frangueiro não" O governador aproveitou a ocasião para fazer uma brincadeira com os jornalistas sobre a cobertura realizada ontem na inauguração de uma faculdade de Tecnologia (Fatec), na zona Sul da capital paulista. Na ocasião, o governador arriscou alguns chutes a gol com crianças que jogavam bola na quadra da instituição. Uma das fotos distribuídas hoje pela imprensa deixa a impressão de que o governador teria levado um "frango" no momento em que assumiu a posição de goleiro. Alckmin insistiu que pegou a bola e mandou um recado para o jornal responsável pela imagem: "Tudo é possível, mas frangueiro não".

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