Alckmin levará ex-secretários e aliados para ato de filiação ao PSB

Evento que terá a presença de líderes históricos do PSDB será na quarta-feira; participação de Lula não está confirmada

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

O ex-governador Geraldo Alckmin deve assinar sua ficha de filiação ao PSB na próxima quarta-feira, 23, em Brasília, em um evento que está sendo formatado para apresentá-lo como um político progressista e no qual lideranças históricas de outros partidos também vão ingressar na legenda. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o ex-tucano deve ser candidato a vice, ainda não confirmou presença no ato de filiação, mas dirigentes pessebistas dizem que o presidenciável sinalizou que vai participar do evento. 

Entre as lideranças que vão dividir o palanque com Alckmin e também assinarão a filiação ao PSB estão o presidente da Aliança Nacional LGBTQIA+, Toni Reis; o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que deixou o PSDB; o advogado e influencer Augusto de Arruda Botelho; e o senador Dario Berger (SC), que deixou o MDB; além do núcleo de aliados mais próximos do ex-governador paulista. 

Alckmin deixou o PSDB em dezembro, após 33 anos no partido. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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A lista de tucanos do entorno de Alckmin que vai se filiar ao PSB tem o ex-deputado estadual e ex-presidente do PSDB Pedro Tobias, os ex-deputados federais Silvio Torres e Floriano Pesaro e o ex-prefeito de Sorocaba Antonio Carlos Pannunzio. Outro ex-tucano que está no núcleo duro do ex-governador é o sociólogo Fernando Guimarães, que liderou a corrente Esquerda para Valer no PSDB. Guimarães, que entrou na executiva estadual do PSB paulista recentemente, é também coordenador do movimento Direitos Já e tem feito a interlocução entre o ex-governador e líderes de movimentos da sociedade civil. 

Em outra frente, Alckmin tem mantido diálogo com tucanos históricos, mas que, pelo menos por ora, não mudarão de partido. O ex-governador esteve com os ex-senadores paulistas Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal – que integra o grupo de dissidentes do governador e presidenciável tucano, João Doria. “Tenho conversado com Geraldo sobre política. Ele recebeu um tratamento muito aquém do seu tamanho no PSDB. Não critico a decisão (de ser candidato a vice do Lula)”, disse Aníbal. Sobre a possibilidade de mudar de partido, o ex-senador afirmou que ainda está fazendo um trabalho dentro da legenda.

Apesar da estratégia de Alckmin de se aproximar de movimentos sociais progressistas, o ex-governador enfrenta resistências no PT e é alvo de críticas no campo da esquerda. “A direção do PSB foi gentil ao não nos convidar para o ato. Assim, evitamos o constrangimento de declinar”, disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. “Vamos ver quanto tempo ele vai demorar para fazer a autocrítica de suas posições neoliberais”, declarou o dirigente. 

No PT, a ala que é contrária à escolha de Alckmin como vice de Lula é integrada pelo ex-presidente do partido Rui Falcão, pelo ex-deputado José Genoino e por correntes mais à esquerda da legenda. Segundo petistas, uma opção ventilada é que o ex-presidente mande uma mensagem gravada no evento de filiação de Alckmin.

O ex-governador anunciou sua saída do PSDB – partido do qual foi um dos fundadores e onde estava havia 33 anos – em 15 de dezembro, após romper com Doria, seu ex-afilhado político. Alckmin, que foi a sétima assinatura na lista de presença dos fundadores do partido, disputou duas vezes o Palácio do Planalto, em 2006 e 2018, com uma agenda conservadora e discurso antipetista.

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