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Alckmin finaliza partilha e deixa PMDB fora do governo

Tucano encerra composição com Aníbal, Semeghini e Sampaio; só 6 das 26 secretarias serão de serristas

Por Roberto Almeida e SÃO PAULO
Atualização:

O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), completou nesta quinta-feira, 30, o primeiro escalão de seu futuro governo, mas não incluiu o PMDB na partilha. A sigla foi a única entre as principais aliadas ao tucano que não obteve assento em uma das 26 secretarias paulistas.

 

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A bancada peemedebista e a equipe de transição de Alckmin negociavam a pasta de Agricultura e Abastecimento. No entanto, conforme o governador eleito anunciou, a secretaria permanecerá sob o atual gestor, João Sampaio, que foi indicado ao cargo em 2007 pelo ex-governador José Serra (PSDB).

 

Indagado sobre a ausência do PMDB em seu governo, Alckmin sugeriu que manterá portas abertas para o partido a partir do ano que vem. "Serão quatro anos de governo e vamos estar sempre conversando com o PMDB para ajudar a população", afirmou.

 

A ideia, segundo interlocutores do tucano, é aguardar as definições internas dos peemedebistas. Com a morte do ex-governador Orestes Quércia e a ascensão do vice-presidente eleito Michel Temer, o partido passa por um rearranjo e elegerá novo presidente estadual.

 

"Foi um momento muito ruim, que prejudicou as conversas com o novo governo", observou o presidente em exercício do PMDB paulista, deputado estadual Jorge Caruso. Ele, que apoiou Dilma Rousseff durante as eleições, deverá convocar as eleições do partido em um prazo de 60 dias.

 

O futuro do PMDB paulista inclui ainda a eventual migração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para a sigla. A movimentação é avaliada com cautela pelos tucanos. No horizonte político, Kassab pode se tornar adversário de Alckmin nas eleições de 2014.

 

Anúncios finais. O governador eleito informou ontem que os deputados tucanos reeleitos José Aníbal e Julio Semeghini ficarão, respectivamente, com as pastas de Energia e Gestão Pública. Aníbal e Semeghini fazem parte do grupo de "escudeiros" fiéis a Alckmin contemplados no primeiro escalão do governo.

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Além disso, o governador eleito confirmou a extinção da Secretaria de Comunicação, que passará a ser uma coordenadoria. "Acho mais importante que São Paulo tenha secretarias de Energia, Turismo e Gestão Metropolitana, que são coisas que servem mais diretamente à população, que uma Secretaria de Comunicação. Basta uma coordenadoria", disse.

 

De acordo com ele, a licitação de R$ 6 milhões para a próxima assessoria de imprensa dos Bandeirantes será mantida. As empresas já apresentaram suas propostas, mas o resultado ainda não foi anunciado.

 

Perfil. No xadrez final, Alckmin manteve em 26 o número de secretarias, mas mudou drasticamente seu perfil. Dos 26 ocupantes de cadeiras do Palácio dos Bandeirantes, apenas 6 fizeram parte da gestão Serra.

 

Além disso, Alckmin incorporou o PSB à partilha de cargos ao oficializar o nome do presidente estadual da legenda, Márcio França, para a pasta de Turismo. Ele chegou a ser cotado para o Ministério dos Portos de Dilma.

 

O governador eleito contemplou ainda o PV com a pasta de Saneamento. Assumirá o deputado estadual Edson Giriboni. O PTB ficou com Esportes e o DEM, com Planejamento.

 

A NOVA CONFIGURAÇÃO NO BANDEIRANTES

 

Administração Penitenciária

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Lourival Gomes, da gestão Serra

 

Agricultura

João Sampaio, da gestão Serra

 

Assistência e Desenvolvimento Social

Paulo Barbosa (PSDB), apadrinhado por Gabriel Chalita

 

Casa Civil

Sidney Beraldo (PSDB), ex-secretário de Gestão de Serra

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Casa Militar

Coronel Admir Gervásio, nome de confiança de Alckmin

 

Cultura

Andrea Matarazzo (PSDB), mantido da gestão Serra

 

Desenvolvimento

Guilherme Afif Domingos, vice-governador eleito, cota do DEM

 

Desenvolvimento Metropolitano*

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Edson Aparecido (PSDB), escudeiro de Alckmin

 

Direitos da Pessoa com Deficiência

Linamara Rizzo Battistella, mantida da gestão Serra

 

Economia e Planejamento

Emanuel Fernandes (PSDB), escudeiro de Alckmin

 

Educação

Herman Jacobus Cornelis Voorwald, ex-reitor da Unesp

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Emprego e Relações do Trabalho

Davi Zaia, cota do PPS

 

Energia*

José Aníbal (PSDB), escudeiro de Alckmin, coordenou seu programa de governo

 

Esporte e Lazer

Jorge Pagura, entra na cota do PTB

 

Gestão Pública

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Júlio Semeghini (PSDB), escudeiro de Alckmin

 

Fazenda

Andrea Calabi, com bom trânsito tanto na ala serrista quanto alckmista do PSDB

 

Habitação

Silvio Torres (PSDB), escudeiro de Alckmin

 

Justiça e Defesa da Cidadania

Eloisa de Souza Arruda, indicação de Alckmin

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Logística e Transportes

Saulo Abreu, nome de confiança de Alckmin, foi seu secretário de Segurança Pública

 

Meio Ambiente

Bruno Covas (PSDB), deputado estadual, neto de Mário Covas

 

Procuradoria-Geral

Elival da Silva Ramos, próximo de Alckmin, reassume o cargo

 

Saneamento

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Edson Giriboni, cota do PV

 

Saúde

Giovanni Guido Cerri, médico ligado a Serra

 

Segurança Pública

Antônio Ferreira Pinto, da gestão Serra

 

Transportes Metropolitanos

Jurandir Fernandes, nome de confiança de Alckmin

 

Turismo*

Márcio França, cota do PSB

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