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Alckmin e Kassab deixam para maio decisão

Por Carlos Marchi
Atualização:

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltaram a almoçar juntos na terça-feira, numa segunda rodada de conversas face a face para construir uma candidatura comum à Prefeitura de São Paulo. O almoço foi, mais uma vez, na residência do secretário de Relações Institucionais do governo estadual, José Henrique Lobo, e, embora cordial, não mudou a situação: os dois insistiram em suas candidaturas, concordaram em que vale a pena continuar tentando e marcaram um terceiro e decisivo almoço para o início de maio. O encontro ocorreu por insistência de Lobo, que é amigo do ex-governador desde que os dois foram vereadores em Pindamonhangaba e Guaratinguetá, na década de 70, e ganhou confiabilidade no PSDB ao coordenar as campanhas de José Serra ao governo do Estado e de Alckmin à Presidência em 2006. Ele tem dito a amigos que continua acreditando na possibilidade de um acordo, embora pressinta, no meio tucano, uma progressiva descrença de que ela possa ser bem-sucedida. Embora aceitem conversar, os próprios candidatos já cuidam da montagem de suas equipes de campanha. Apesar da aparente calma com que a disputa entre Kassab e Alckmin está se conduzindo, fontes do PSDB admitem que há um clima de muita tensão dentro do partido, porque ninguém consegue avaliar, agora, a repercussão futura dos possíveis danos com o estresse na aliança com o DEM. Os dois almoços de Kassab e Alckmin, se não indicaram um acordo, pelo menos serviram para amenizar as tensões internas, dizem líderes do PSDB, e para preconizar a possibilidade de que os dois, após o primeiro turno, se unam no segundo - considerando que só um deles chegará lá. Dentro do PSDB, no entanto, raras pessoas acham que Alckmin possa reconsiderar sua candidatura à prefeitura. O partido deixou de trabalhar com essa hipótese, afirmam líderes que comandam a legenda tucana em São Paulo. Esse sentimento já chegou às bases: nas reuniões dos Diretórios Zonais da capital, os militantes parecem ter se empolgado com a tese da candidatura própria em São Paulo e prometem dedicar-se à campanha. Ontem, Kassab e Alckmin minimizaram as informações de que a ministra Marta Suplicy será candidata em outubro. Kassab disse que continua "trabalhando pela cidade". Alckmin afirmou apenas que não está preocupado com ela: "Não vejo nenhum problema. Aliás, o PT é um partido forte. É natural que tenha candidato."

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