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Alckmin e Doria se encontram para ‘despressurizar’

Governador recebeu correligionário em jantar no Bandeirantes fora da agenda; PSDB paulista quer indicar prefeito para o Estado

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau
Atualização:

No mesmo dia em que lançou sua pré-campanha a presidente da República em uma plataforma digital, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) convidou o prefeito João Doria (PSDB) para um jantar no Palácio dos Bandeirantes a fim de “despressurizar” a relação com o afilhado político. O termo, segundo um auxiliar de Alckmin, foi usado por ele ao descrever a motivação do encontro.

João Doria e Geraldo Alckmin Foto: Rafael Arbex/ESTADÃO

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Fora da agenda, o jantar aconteceu nesta terça-feira, 24, e também teve a participação do secretário de Governo da capital, Júlio Semeghini (PSDB), e o deputado estadual Pedro Tobias, presidente da legenda no Estado.

A conversa, que durou cerca de uma hora, aconteceu no momento que o PSDB paulista aumentou a pressão para que Doria desista de disputar o Palácio do Planalto e dispute a sucessão de Alckmin. Essa tese ganhou força entre parte dos aliados do prefeito.

A última vez que estiveram juntos em um evento oficial foi no dia 9, na assinatura de um decreto para repasse de recursos do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS) para o Fundo Municipal de Assistência Social da Cidade.

Durante o jantar, padrinho e afilhado se comprometeram a orientar seus respectivos grupos a evitar embates e ataques no âmbito partidário.

O PSDB paulistano realizará no domingo a convenção que elegerá o novo diretório da sigla. O grupo de Doria deve levar pelo menos 50% dos delegados e eleger o vereador João Jorge presidente. Em novembro será a vez do diretório estadual tucano realizar o mesmo processo.

Os dois também falaram sobre a crise entre o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o afastado, Aécio Neves (MG) e manifestaram preocupação com o reflexo dela na convenção nacional tucana, que será em dezembro.

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Doria apoia o governador de Goiás, Marconi Perillo, para presidente do partido, assim como a ala “governista” do PSDB.  Já Alckmin é alinhado ao senador cearense, que faz oposição ao governo de Temer e deve disputar a reeleição.

Roteiro. Em um sinal de que não desistiu da disputa presidencial, Doria falou ao governador sobre seu roteiro de viagens nacionais, que deve contemplar nove cidades até o fim de novembro.

Nesta quinta-feira, 26, ele vai para Maceió e na sexta estará em Aracaju. O prefeito disse a auxiliares que Alckmin não o sondou diretamente sobre a disputa em São Paulo, possibilidade que Doria não descarta totalmente.

O prefeito, porém, diz que não pode ignorar essa hipótese se receber um pedido do governador.

Diante da indefinição do quadro da sucessão paulista, vários pretendentes se apresentaram ao PSDB de olho na vaga do partido em 2018.

O movimento mais recente foi do senador José Serra, que se reuniu com prefeitos tucanos e enviou sinais de que postula o cargo.

O secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo, Floriano Pesaro, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, e o sociólogo Luiz Felipe d’Avila também estão na fila.

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“Vou até o final. Vou disputar as prévias no âmbito estadual”, disse Pesaro. Já Morando afirmou que apoia Doria se ele se apresentar na disputa. “Não sei das pretensões do Doria, mas não tenho dúvida que ele seria o melhor candidato em SP."

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