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Alckmin diz que PSDB deve se fortalecer para 2010

Ex-governador de SP acredita que municipais de 2008 podem ajudar presidenciais

Por redacao
Atualização:

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou neste domingo, 24, que o partido precisa se fortalecer nas eleições municipais de 2008 para vencer as eleições presidenciais em 2010. Segundo ele, o PSDB precisa se organizar no País todo e apresentar nos 5,5 mil municípios brasileiros bons candidatos a vereador e para prefeito e um programa mínimo de governo. "O governo local é o que está mais próximo do povo, onde as coisas acontecem", disse, concordando com Fernando Henrique Cardoso, que disse na última sexta-feira, 22, que o partido precisa se aproximar do povo para vencer as eleições de 2010. O ex-governador, que participou neste domingo de um encontro de jovens promovido pelo PSDB, lembra que quando viajou pelos 27 Estados brasileiros na última campanha eleitoral verificou que o partido é fraco em muitos Estados. "É preciso agora, na eleição de 2008, estruturar o partido e estar mais próximo da população para 2010", disse. Segundo Alckmin, a população hoje quer emprego e renda e por isso o País precisa gerar mais emprego, melhorar os salários, melhorar a segurança nas grandes cidades e a saúde. Eleições municipais Questionado sobre a possibilidade de ser o candidato do partido para disputar a prefeitura de São Paulo em 2008, Alckmin disse que ainda acha muito cedo para falar no assunto e garantiu que não tem a candidatura como meta pessoal. "Pretendo trabalhar para ajudar os municípios, mas os 5,5 mil municípios brasileiros do País inteiro", disse, lembrando que a escolha de candidato só ocorrerá no próximo ano. Alckmin disse ainda que está acompanhando as discussões sobre reforma política e que é favorável ao voto distrital. O ex-governador justifica que o modelo reduziria a distância que existe hoje entre o representante e representado. "Com o voto distrital você cria um casamento melhor entre os dois", avalia. O tucano defendeu também a cláusula de desempenho. Segundo ele, não tem sentido o Brasil ter mais de 30 partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral. "Você não tem 30 ideologias, você tem partido de aluguel, legenda de aluguel, e isso é triste", disse. Segundo Alckmin, muitos partidos só existem para servir de língua de trapo para atacar os outros. Fidelidade partidária O ex-governador também disse que é a favor da fidelidade partidária e afirmou que a reforma não deveria começar pelas discussões de financiamento público de campanha. "A reforma está começando equivocada e não trata de questões que me parecem mais prioritárias, como a cláusula de desempenho, fidelidade e voto distrital", disse. Alckmin negou também que seja candidato à presidência do partido e ressaltou que não tem interesse na posição. "Vou visitar os Estados como militante, como cidadão brasileiro", disse. O tucano destacou ainda que é seu dever fazer uma boa oposição e que ela é necessária para o bem do Brasil. "Quem ganha é o povo, porque a oposição faz com que o governo não fique acomodado. Ajudar a fiscalizar e a combater desvios de conduta", disse. Em relação ao caso do presidente do Senado, Renan Calheiros, Alckmin disse acreditar que o Senado vai investigar o caso e que é preciso aguardar para saber o desfecho. "O que se deseja é a verdade e justiça", disse. Crise aérea O ex-governador classificou o governo federal de incompetente por não conseguir resolver a crise do setor aéreo, iniciada em setembro do ano passado com o acidente entre o Boeing da Gol e um jato executivo fabricado pela Embraer. "Acho que é incompetência do governo federal. Não é possível que o problema se arraste por meses e meses. Não é uma coisa que ocorreu esporadicamente. Algum problema de gestão está acontecendo, isso não é normal", afirmou. Segundo o tucano, o governo federal vem agindo de forma equivocada e conduzindo mal o problema. O político, que voltou ao Brasil depois de um período de seis meses nos Estados Unidos, lembrou que lá também houve problema parecido, mas foi resolvido em 24 horas. "Aqui parece uma questão sem fim", disse. O ex-governador de São Paulo disse ainda que o governo precisa trabalhar para os cidadãos, para melhorar a qualidade do serviço público e para atender bem as pessoas. Segundo ele, hoje a questão do transporte aéreo em um País grande como o Brasil é fundamental. "Se o setor aéreo não funciona bem você perde emprego, perde investimento e atrapalha o turismo, que é uma fonte importante de geração de emprego e renda", avaliou.

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