Alckmin diz que governo Lula tem desrespeitado a lei

"Não vamos nos pautar pela campanha do PT, pelo contrário, mas o governo Lula tem se caracterizado pela leniência e desrespeito à lei"

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Por Agencia Estado
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Diante da ansiedade crescente dos aliados com seu fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, resolveu adotar um discurso mais agressivo nas críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não vamos nos pautar pela campanha do PT, pelo contrário, mas o governo Lula tem se caracterizado pela leniência e desrespeito à lei", afirmou Alckmin, ao final de reunião com cerca de 15 deputados do PSDB e do PFL. O pré-candidato tucano aproveitou a ocasião para acusar o governo Lula de ter agido sem firmeza no caso da expropriação de instalações da Petrobrás promovida pelo governo da Bolívia. "O presidente está pondo os interesses políticos e partidários à frente do interesse nacional", condenou Alckmin. Campanha No encontro com os deputados, ficou decidido também que é preciso reforçar a estrutura da campanha tucana. Os parlamentares analisaram que, como Lula sustenta sua candidatura na máquina do governo federal , tornou-se necessário ampliar gastos. "Chegou a hora de aumentar a produção da campanha, adotando uma agenda de maior interesse e percorrer o País mesmo nos lugares onde temos hegemonia", disse o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). Apesar dessa disposição, Alckmin vai buscar manter o figurino austero. "Ele disse que não abre mão de viajar em avião de carreira, embora muito de nós considere esse um transporte lento para um candidato a presidente se movimentar em um País das dimensões do Brasil", contou um parlamentar que participou do encontro. Os tucanos anunciaram que, para reforçar a estrutura de campanha, vão tentar arrecadar mais dinheiro por meio de eventos e doações. Durante o encontro desta terça-feira, Alckmin desdenhou dos que se impressionam com seu fraco desempenho nas pesquisas de intenção de voto e apostam em sua substituição por outro candidato tucano. "Quando a imprensa especula sobre isso, eu dou risada", ironizou. A reunião serviu para tentar conter a tensão a respeito do desempenho eleitoral do tucano. Houve concordância que o pré-candidato deve adotar para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste uma tática diferente da que praticará no Nordeste. Nas primeiras regiões, o discurso terá forte conteúdo ético, com destaque para o combate à corrupção. Os tucanos concluíram que no Nordeste a "discussão ética não cola" e estão quebrando a cabeça para encontrar uma forma de corroer a popularidade construída por Lula com base em programas sociais como o Bolsa Família. Lei Eleitoral Geraldo Alckmin informou que fez um apelo ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, para que seja rigoroso na aplicação da legislação durante a campanha eleitoral. "Todos os candidatos devem observar a lei. A campanha já é um prenúncio do que vai ser o governo. Alguns vícios nascem na campanha e se repetem no governo", afirmou Alckmin, depois de fazer visita de cortesia ao ministro. O PSDB tem apresentado à Justiça Eleitoral reclamações contra o comportamento do presidente Lula, como, por exemplo, o uso de rede nacional de TV "para se autopromover", fazendo inaugurações e lançando pedras fundamentais de obras, o que o partido considera "abuso". Alckmin disse que sua pré-campanha "vem cumprindo rigorosamente a lei" e fez críticas ao governo, acusando-o de desvios de recursos públicos. "Essa é a tônica do governo Lula. Onde você olha, encontra desvios de dinheiro público", afirmou, ao comentar o escândalo do superfaturamento na venda de ambulâncias para prefeituras por empresas associadas a parlamentares e assessores de ministérios. "Há uma consciência de que o Brasil vive um momento extremamente grave. É preciso ter estabilidade política para se executar um programa de governo", afirmou. Antes do encontro com o ministro Marco Aurélio Mello, Alckmin foi recebido pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), com quem fez uma avaliação da articulação de alianças entre os dois partidos nos Estados. "Está indo muito bem", afirmou. Alckmin terá uma série de encontros políticos em Brasila para costurar acordos políticos nos Estados do Rio Grande do Sul e de Sergipe. O pré-candidato vai nesta quarta-feira para São Paulo, onde tem almoço marcado com o vereador José Aníbal (PSDB), a quem tentará convencer a desistir da disputa pela indicação para ser o candidato tucano ao governo do Estado.

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