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Alckmin defende voto distrital em reforma política

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Por Gustavo Uribe
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu hoje que a reforma política em discussão no Congresso se concentre em um ponto: o voto distrital. De acordo com ele, o voto distrital corrige problemas do voto proporcional, em vigência hoje nas eleições brasileiras. "Eu acho que, se fizesse apenas o voto distrital, a reforma política já teria dado um grande passo", disse Alckmin, após participar do 1.º Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, na capital paulista. "O grande problema hoje da política, com o voto proporcional, é que o cidadão comum não tem a menor chance de ser candidato. Só se elege se estiver atrelado à máquina pública, dinheiro, mídia ou corporações", criticou.O governador ressaltou ainda que o voto distrital possibilita que as regiões mais pobres sejam representadas. "Eu me concentraria na questão do voto distrital", sugeriu à Comissão de Reforma Política, do Senado Federal. "Aliás, puro, não precisa nem ser misto."De acordo com Alckmin, se o voto distrital valesse em 2006, os parlamentares envolvidos no escândalo do mensalão, denunciado em 2005, não seriam eleitos novamente. "Se você for verificar, em 2006, aqueles envolvidos no mensalão e nos escândalos, todos seriam derrotados em seus distritos. Mas todos foram reeleitos porque foram buscar votos em outros distritos."O governador disse ainda ser favorável ao fim das coligações partidárias, mesma opinião manifestada hoje pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). Conforme Alckmin, as coligações criam um cenário de fragmentação partidária. "É claro que é bom não ter coligação porque isso fortalece o partido político", afirmou. "Na Assembleia Legislativa de São Paulo, há 15 partidos. No Congresso Nacional, há 22 partidos. Você não tem 22 ideologias", analisou.O Senado iniciou hoje as discussões em torno da reforma política. A comissão criada para tratar do tema pretende examinar, no prazo de 45 dias, 11 pontos estratégicos para uma efetiva reforma, entre eles o financiamento público de campanhas eleitorais e o voto distrital. "Há uma lista de mudanças, mas quando se quer fazer muitas coisas acaba não saindo nada. Eu me concentraria no voto distrital", voltou a recomendar o governador paulista.

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