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Alckmin contesta dados sobre aumento da dívida de SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) contestou hoje dados sobre o crescimento da dívida interna paulista, apresentados pelo deputado estadual Renato Simões (PT). A fonte do documento Balanço Geral do Estado de São Paulo, segundo a assessoria do PT, é a Secretaria da Fazenda paulista. "Não conheço, eu preciso saber onde ele buscou esses números", disse Alckmin. "Não sei se esses números estão errados, preciso verificar. Mas a relação entre dívida e receita corrente líquida vem caindo ano a ano", completou Alckmin. Segundo Simões, os dados do Balanço Geral desmentem a afirmação do governador paulista de que o Estado estaria saneado. Em 1994, a dívida total era de R$ 34,1 bilhões e saltou para R$ 93,7 bilhões em 2001, um crescimento de 174% na gestão Mário Covas/Alckmin. Simões critica ainda o processo de privatização estadual. "Se arrecadou mais de R$ 33 milhões e grande parte dos recursos foi usado para amortizar a dívida. Queimaram quase a totalidade do patrimônio público, entre 1995 e 2000", disse Simões. De acordo com Alckmin, o governo paulista não contraiu nenhuma dívida nos últimos sete anos. ?O que aconteceu é que o Estado de São Paulo tinha dívidas contratual e mobiliária. A primeira com o Banespa e com a Nossa Caixa, o governo devia para esses dois bancos e não pagava, o levou ambos ao redesconto no Banco Central. E a dívida mobiliária, que era rolada todos os dias à taxas Selic, que chegou a mais de 30%. Então, a dívida aumentava por minuto", explicou Alckmin. Segundo ele, o governador Covas herdou essas dívidas, renegociou com o governo federal e saiu de taxa Selic para 6% ao ano, taxa fixa. "E mais: São Paulo teve uma atitude corajosa porque podia pagar 7,5% ou 9%", disse Alckmin. "Se você não amortizasse nada - certamente é o que a Prefeitura vai fazer - pagará taxa de juros mais altas, mas vai empurrar o problema para a frente, com taxa de juros de 9%", completou. Alckmin lembrou que São Paulo fez uma conta gráfica com o governo federal, colocou os seus ativos nessa conta - Ceagesp, ações do próprio Banespa, empresas energéticas -, vendeu os ativos e a quitou. "Não se deve um centavo, foi tudo pago", disse Alckmin. Ele destaca que quando o governador Covas assumiu, em 1995, a dívida do Estado era R$ 98 bilhões e, hoje, a dívida permanece no mesmo patamar. "Se não tivesse sido renegociada, ela iria a R$ 160 bilhões", disse Alckmin. "Seria como no governo Fleury, que não contraiu dívidas, mas por juros e correção monetária, a dívida explodiu", afirmou Alckmin.

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