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Alckmin atribui queda em pesquisa à campanha do PT

De acordo com o Ibope, a diferença para Lula em São Paulo, que já foi de 18 pontos porcentuais no primeiro turno, caiu para nove

Por Agencia Estado
Atualização:

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atribuiu em parte à propaganda "maciça" do governo federal a forte diminuição da vantagem que tem sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas preferências de voto no Estado. De acordo com o Ibope, a diferença, que já foi de 18 pontos porcentuais no primeiro turno, caiu para nove, numa redução de 50%, o que aumentou a inquietação entre os tucanos em relação às dificuldades que o ex-governador enfrenta na disputa nacional com o PT pelo Palácio do Planalto. Alckmin também lembrou que, em abril, petistas e o PC do B, aliado do presidente, tiveram muito espaço de propaganda gratuita em São Paulo, o que não ocorreu com o PSDB. "A propaganda do governo, maciça, é um escândalo verdadeiro o que se está gastando de publicidade", afirmou ele, em entrevista no Cineart, no bairro da Glória, em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória. "Minha mulher diz que não gosto de ver televisão, gosto de mudar de canal. Eu que fico mudando de canal, é uma propaganda atrás da outra do governo federal. No entanto, tenho, no Estado de São Paulo, 9% (na verdade, nove pontos porcentuais) a mais que o presidente Lula no primeiro turno. São 2,5 milhões de votos a mais. No segundo turno, 16% (dezesseis pontos porcentuais) a mais, o que dá quase 4,5 milhões de votos a mais", disse. Alckmin voltou a usar o episódio da nacionalização das refinarias da Petrobras para atacar o presidente Lula e a política externa do seu governo. "É a marca do Lula: omisso, não assume responsabilidades, dúbio, submisso no caso aqui da América Latina. Triste o Brasil assistir isso, política externa errática, totalmente errática." Segundo ele, "quem vai acabar pagando a conta é o povo brasileiro". "Porque essa histórica de que a Petrobras assume aumento de preço... Mas assume até quando? Claro que isso acaba vindo na conta da população. E mais, abre um precedente perigoso, porque se você não cumpre contrato, cria uma insegurança para os investidores, em toda a região. Amanhã, o investidor pensa em investir aqui no Brasil e questiona: Mas este país cumpre contrato?" Campanha Mesmo repetindo, como tem feito desde o início do ano, que a campanha eleitoral ainda não começou, o ex-governador paulista tem hoje agenda de candidato oficializado, com pelo menos seis eventos marcados para o dia, que começou com café da manhã com o governador Paulo Hartung (PMDB), na residência oficial do governo estadual e incluiu um corpo-a-corpo de cerca de meia hora pelo bairro da Glória. Vestindo calça clara e camisa social e sorrindo de forma tímida, o pré-candidato percorreu a região da rua Aurora, uma área comercial muito conhecida na cidade, acompanhado por políticos locais, como o ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas; o ex-ministro da Defesa Élcio Álvares; e o deputado estadual e ex-jogador Geovani, que atuou no Vasco da Gama e chegou a presidir a Assembléia Legislativa local, mas foi afastado. Alckmin foi seguido por uma bandinha que tocou versões livres de músicas como I just called to say I love you e o Tema da Vitória, que saudava o campeão de Fórmula Um Ayrton Senna, morto em 1994. "É o Alckmin", berravam alguns cabos eleitorais, entre eles o ex-prefeito, para apresentar o ex-governador à população. Na loja Projeção Direta, ele comprou uma camisa branca, com faixas verdes e amarelas nos ombros e a palavra Brasil no peito, por R$ 12,99. Vestiu a camiseta sobre a camisa social e voltou a caminhar. Alckmin tomou café em copo de plástico no Bar Central e água de côco comprada em um ambulante. Algumas pessoas, porém, não o reconheciam. "É o Garotinho? Não acredito!", ironizou um passante. Depois da caminhada, que também foi marcada por fogos de artifício, Alckmin voltou ao Cineart, para uma palestra para empresários locais. Depois, tinha um almoço no bairro Ilha da Caeiras e um encontro na Assembléia Legislativa.

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