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Alckmin anuncia nomes para a Fazenda e para Planejamento

Governador eleito indicou respectivamente o ex-presidente do BNDES Andrea Calabi e o deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB) para as pastas

Por Gustavo Uribe e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - O governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 13, dois nomes que irão compor sua equipe econômica na administração à frente do Palácio dos Bandeirantes. O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômica e Social (BNDES) Andrea Calabi assumirá a Secretaria da Fazenda e o deputado federal Emanuel Fernandes (PSDB-SP), ocupará a Secretaria de Planejamento. Outro nome anunciado foi o do procurador Elival da Silva Ramos, que assumirá a Procuradoria-Geral do Estado.

 

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Alckmin ressaltou que uma das metas da Fazenda é combater a sonegação fiscal com o intuito de recuperar recursos para as áreas da saúde e educação. "Todo o combate à sonegação", defendeu. O governador eleito garantiu ainda que um dos pontos fortes da sua gestão será a responsabilidade fiscal e a seriedade no trato com as contas públicas. O tucano antecipou também que a pasta do Planejamento terá como foco políticas de desenvolvimento regional.

 

Questionado, Alckmin reafirmou que a equipe de transição, até o momento, decidiu extinguir duas pastas: a de Ensino Superior, cujas atribuições passarão para a Secretaria de Desenvolvimento, e a de Relações Institucionais, cujo papel será desempenhado pela Casa Civil. O governador eleito afirmou que ainda não decidiu o que fará com a Secretaria de Comunicação, que, segundo tucanos, também deve ser extinta. "Vamos resolver isso mais para frente. É uma hipótese, mas ainda não está certo", afirmou Alckmin, ressaltando que sua administração terá 26 secretarias "ou menos".

 

O governador eleito reafirmou que criará uma Secretaria de Gestão Metropolitana com o objetivo de articular políticas de desenvolvimento nessas regiões. Ele reafirmou que pretende levar parte da máquina administrativa para o centro da capital paulista, com o objetivo de economizar recursos e revitalizar a região central. De acordo com ele, sua equipe já estuda a ocupação de quatro edifícios na área.

 

Fazenda - Calabi, escolhido para a Secretaria da Fazenda, foi presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 2000, e é considerado um economista de perfil desenvolvimentista. Formado em 1970 pela Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), tem longa carreira no setor público: foi secretário de Planejamento da Presidência da República (1985-1986), secretário do Tesouro Nacional (1986-1988), secretário-executivo do Ministério do Planejamento (1995-1996) e presidente do Banco do Brasil (1999). Em São Paulo, Calabi atuou como titular do Planejamento na gestão anterior de Alckmin, entre 2003 e 2005. À frente do Planejamento, foi o responsável pela elaboração de um plano de desenvolvimento das regiões metropolitanas de São Paulo, áreas já anunciadas como prioritárias na nova gestão de Alckmin.

 

Calabi não foi o primeiro nome cotado para o posto. Logo após ser eleito, Alckmin negociava o retorno de Yoshiaki Nakano para a pasta da Fazenda, já conduzida pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na administração de Mário Covas. Além de colaborar com o plano de governo de Alckmin nas eleições presidenciais de 2006, Nakano conta com simpatia do governador eleito por sua experiência na coordenação de processos de ajuste de contas públicas. O nome favorito de Alckmin, contudo, recusou o convite, o que abriu espaço para especulações sobre a permanência do atual titular da pasta, Mauro Ricardo, homem de confiança do ex-governador José Serra. A manutenção de Mauro Ricardo não foi bem vista por alckmistas, que preferiam para o cargo um nome menos ligado à atual administração.

 

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Planejamento

 

Emanuel Fernandes foi reeleito neste ano para seu segundo mandato como deputado federal e é homem de confiança do governador eleito. Atuou como secretário da Habitação entre 2005 e 2006, final do primeiro período de Alckmin no comando do Palácio dos Bandeirantes. O tucano é engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e foi prefeito de São José dos Campos (SP) por dois mandatos consecutivos (1997 a 2004).

 

O futuro secretário tem perfil que concilia conhecimento técnico e experiência política. Fernandes ganhou a confiança do governador eleito em 2006, quando defendeu com entusiasmo a candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto, em contraponto ao lançamento, dentro do PSDB, do nome do então prefeito de São Paulo, José Serra.

 

No fim de novembro, Fernandes teria sido convidado para assumir a Secretaria de Transportes, mas teria recusado em razão de problemas familiares, o que levou o gabinete de transição a indicar para o posto o ex-secretário de Segurança Saulo de Castro. A pasta de Planejamento também teria sido recusada por Fernandes em um primeiro momento. Na última semana, contudo, Alckmin o teria convencido a assumir o cargo.

 

Procuradoria

 

Elival da Silva Ramos, confirmado por Alckmin para assumir a Procuradoria-Geral do Estado, já ocupou o cargo entre 2001 e 2006, período em que o tucano governou o Estado. Elival é professor titular de Direito Constitucional da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo e tem formação, mestrado e doutorado pela USP. Também é professor da Escola Superior do Ministério Público, da Escola Paulista da Magistratura, da Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo e da Escola Superior de Direito Constitucional.

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