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AIR repudia 'censura judicial' contra 'O Estado de S.Paulo'

Entidade é formada por cerca de 17 mil emissoras de rádio e televisão na América, Ásia e Europa

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Por Redação
Atualização:

A Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) aprovou nesta quinta-feira uma resolução de repúdio contra a "censura judicial" imposta desde 1º de agosto sobre o jornal O Estado de S.Paulo. Ao final de sua 39º Assembleia Geral, realizada em Brasília, a AIR disse repudiar "a decisão judicial que proíbe o jornal e, consequentemente, aos demais meios de comunicação, informar à sociedade" sobre um caso de suposta corrupção que envolve Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

 

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Tal decisão judicial, adotada por um magistrado "posteriormente separado do caso por suspeitas", constitui "uma verdadeira censura encoberta", contra a Constituição brasileira, diz o documento aprovado pela AIR, entidade formada por cerca de 17 mil emissoras de rádio e televisão de América, Ásia e Europa.

 

Diante do que considerou como uma "evidente afronta ao direito à informação e à liberdade de expressão", a AIR expressou sua "confiança nas instâncias superiores do Poder Judiciário brasileiro, que seguramente reformarão a decisão em questão".

 

A sanção que O Estado de S.Paulo qualifica de "censura" foi imposta pelo desembargador Dácio Vieira e impede o jornal de informar sobre supostos negócios ilícitos nos quais estaria envolvido Fernando Sarney.

 

Segundo a decisão judicial, "por cada reportagem" na qual haja informações das investigações sobre Fernando Sarney, o jornal deverá pagar uma multa de R$ 150 mil. O Estado de S.Paulo denunciou posteriormente que o juiz é "estreitamente vinculado" à família Sarney.

 

Após essa denúncia, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) afastou o desembargador Vieira do caso, mas também ratificou a decisão que impede o jornal paulista de informar sobre as supostas irregularidades nas quais Fernando Sarney está envolvido.

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