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Ainda não há acordo entre médicos e seguradoras

Tire suas dúvidas sobre os planos de saúde

Por Agencia Estado
Atualização:

Não houve acordo entre a Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), que representa as seguradoras, e as entidades médicas, segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM-SP). ?Infelizmente, ela (a Fenaseg) não se manifestou", diz Clóvis Constantino, presidente do CRM-SP. A Fenaseg fez uma proposta em nome das duas maiores no setor, a Bradesco Saúde e a SulAmérica, que foi recusada pela classe médica. Em nota divulgada dois meses antes do início do movimento na capital, a entidade afirmou o seguinte: "Desde 1.º de julho, apresentamos medidas aos médicos e suas lideranças. São elas a adoção dos procedimentos médicos da CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) e do reajuste dos honorários por consulta, passando para R$ 34 nos planos coletivos e R$ 30 nos planos individuais." Os médicos paulistanos querem mais. "Estamos ainda analisando se de fato todos os 4 mil procedimentos foram incluídos", conta Clóvis, do CRM-SP. "Mas, além da inclusão, reivindicamos a atualização de seus preços." A Fenaseg representa as seguradoras, entre elas as empresas boicotadas pelos médicos de São Paulo. Na cidade, o alvo das entidades médicas são sete seguradoras, aquelas que trabalham com sistema de reembolso: SulAmérica, Unibanco, Notre Dame, Porto Seguro, Bradesco, Marítima e AGF. Atuação das seguradoras As seguradoras fazem parte do segmento que mais cresceu nos últimos anos. Há dez anos, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), elas representavam 4% do total do mercado e hoje abocanham cerca 23%. As maiores são ainda as empresas de autogestão (30% do mercado). "As seguradoras vão crescer ainda mais porque, ao contrário das de autogestão, não se limitam ao número de funcionários de uma empresa", diz Carlos Suslik, coordenador de MBA de Saúde do Ibmec. Planos de saúde Foi anunciado na quarta-feira o início de negociação das entidades médicas com a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge). Em nota oficial, a Abramge divulgou que recomendaria para todo o País a aplicação da CBHPM. A Abramge representa as empresas de medicina de grupo ? que exclui as seguradoras ?, as quais têm seus próprios serviços (hospitais e médicos) ? exemplos: Amil, Medial e Blue Life. Em reunião realizada ontem na sede da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), onde se encontraram representantes de seis entidades envolvidas direta ou indiretamente no movimento dos médicos, o porta-voz da Associação, Arlindo de Almeida, afirmou ser contra uma tabela única de preços para todos os Estados. "Nenhum acordo foi ainda fechado oficialmente entre a Abramge e as entidades médicas", explica Eleuses Vieira de Paiva, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB). "A Abramge deu um passo importante ao se mostrar aberta a negociações, mas precisamos justamente conversar sobre prazos e preços."

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