Ahmadinejad parabeniza Dilma e diz querer 'aprofundar' relação com Brasil

Líder iraniano envia carta a presidente eleita elogiando avanços do governo Lula.

Por BBC Brasil
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Os dois países se aproximaram sob o governo Lula O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, enviou uma carta parabenizando Dilma Rousseff pela eleição para o cargo de presidente da República, segundo informou a agência estatal de notícias Irna nesta segunda-feira. "Tenho confiança de que o Brasil seguirá progredindo e se desenvolvendo rapidamente durante seu mandato", disse Ahmadinejad. De acordo com a Irna, o presidente iraniano escreveu que o Irã "acredita que o estabelecimento de justiça regional e internacional, segurança e estabilidade será possível por meio da observação do direito das nações e o respeito aos acordos internacionais, ao mesmo tempo em que se evita o uso da força e de dois pesos e duas medidas na resolução das crises". Ahmadinejad disse que a cooperação entre Brasil e Irã trouxe avanços para ambos os países em esferas regionais e internacionais durante o mandato de Lula. O líder iraniano teria manifestado o desejo de que as relações entre os dois países "continuem se aprofundando" na gestão Rousseff. Relações Em maio, durante visita do presidente Lula a Teerã, o Brasil e a Turquia fecharam um acordo pelo qual o Irã se comprometia a enviar urânio com baixo nível de enriquecimento ao território turco e receber em troca o material enriquecido a níveis suficientes para uso médico, mas não militar. O acordo tinha como base uma proposta feita no ano passado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas recusada pelo Irã na época. No entanto, apenas um dia após o anúncio do acordo, os Estados Unidos circularam uma proposta de resolução contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU, alegando que o pacto fechado em Teerã não era satisfatório, especialmente porque o governo iraniano não se comprometia a interromper seu processo de enriquecimento de urânio. Parte da comunidade internacional acredita que o programa de enriquecimento de urânio de Teerã tenha o obejtivo de desenvolver armas nucleares, o que o governo iraniano nega. O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos. O governo Lula também envolveu-se na libertação de ocidentais detidos no Irã, como a francesa Clotilde Reiss, acusada de espionagem e condenada a dez anos de prisão até ser libertada em agosto, e a americana Sarah Shourd, libertada em setembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também chegou a oferecer asilo à iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento sob acusação de adultério e de assassinato. O Irã ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o caso, mas há indícios de que ela não será apedrejada porque a acusação de adultério foi retirada. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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