13 de julho de 2017 | 19h43
BRASÍLIA - A Advocacia-Geral da União (AGU) vai abrir uma concorrência internacional para escolher um escritório na Suíça que auxilie o Brasil na recuperação de ativos desviados em esquemas de corrupção, principalmente os descobertos na Lava Jato. A seleção será aberta na semana de 17 de julho e poderá resultar na contratação de qualquer empresa que atenda aos critérios técnicos e de preço definidos pelo governo.
A decisão da AGU atende parcialmente ao interesse da Procuradoria-Geral da República (PGR), que, como noticiou o Estado, havia manifestado a intenção de contratar o escritório do ex-procurador suíço Stephan Lenz, que liderava as apurações sobre a Petrobrás e a Odebrecht. Considerado o “cérebro” das investigações sobre o caso brasileiro, ele deixou o Ministério Público local recentemente.
O objetivo da PGR é o de repatriar dinheiro bloqueado em 40 bancos suíços. Uma consulta sobre o assunto foi enviada pela procuradoria à AGU, porque a representação do Brasil no exterior, para esses fins, é feita pelo órgão. No documento, a procuradoria sugere a contratação de Lenz.
A AGU vai verificar quais escritórios estariam aptos a participar da seleção em uma lista a ser apresentada pelo Ministério das Relações Exteriores. Entre os considerados tecnicamente aptos, qualquer um poderá vencê-la. A banca de Stephan Lenz poderá ou não ser a escolhida.
A AGU justifica que a administração pública não pode fazer uma contratação direta nesse caso, pois, no seu entendimento, há outros escritórios aptos a prestar o mesmo serviço.
O Estado consultou a PGR a respeito, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
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