
13 de outubro de 2009 | 16h49
Ao detalhar, nesta terça-feira, 13, aspectos de projetos idealizados pelo ministério do Desenvolvimento Agrário para estimular a agricultura familiar, o chefe da pasta, Guilherme Cassel, afirmou que o governo acerta ao criar três programas que dão suporte a este tipo de produção. Segundo o ministro, as modalidades agropecuárias voltadas para o plantio de alimentos por famílias em pequenas propriedades têm demonstrado mais eficiência que outros tipos de culturas existentes no campo.
Veja também:
Pesquisa: 46% dos assentados compraram terras ilegalmente
Ministro do Desenvolvimento Agrário nega repasses ao MST
Para CNA, 46% dos assentados compraram terras ilegalmente
Em resposta a Cassel, Kátia Abreu nega perseguição ao MST
Os principais pontos da pesquisa
O ministro falou durante audiência pública no Senado, momentos antes da divulgação de uma pesquisa sobre a reforma agrária encomendada pela principal entidade de ruralistas do país. De acordo com o levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 72,3% dos assentados não produzem o suficiente para a geração de renda.
Cassel explicou que as iniciativas Território da Cidadania, Mais Alimentos e Terra Legal fazem parte de uma política pública de fortalecimento e estímulo à agricultura familiar brasileira, que hoje ocupa cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos rurais do país. Cassel alegou que, do ponto de vista econômico, o Censo Agropecuário de 2006 comprovou a eficiência da agricultura familiar, que responde atualmente pela maioria dos alimentos que abastecem o país, apesar de ocupar menos de 25% da área agricultável.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção familiar lidera a produção de mandioca, feijão, leite, aves e suínos. Para além disso, disse Cassel, essa modelo de produção agrícola responde por 74,4% do pessoal ocupado no meio rural, o que significa mais de 12 milhões de trabalhadores. O rendimento médio da agricultura familiar é R$ 677 por hectare, enquanto nas demais modalidades, o rendimento é de R$ 358 por hectare.
"Em outras palavras, podemos dizer que com esses programas nós estamos invertendo a curva de êxodo rural, ao menos no que se refere à agricultura familiar, por meio de uma política fundiária mais equilibrada no país", argumentou Cassel.
Agricultura em grande escala
Apesar de ter defendido o investimento em programas que estimulem a produção agrícola familiar, o ministro Guilherme Cassel afirmou que o governo também apoia a agricultura de escala.
"Esse governo defende um clima de discussão menos contaminado, onde questões da agricultura não sejam tratadas como de oposição. Essa é, na verdade, a vantagem competitiva do Brasil, e não um problema. Temos que superar o ranço que consiste em tratar o tema de forma conflituosa", declarou Cassel.
Encontrou algum erro? Entre em contato