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Agricultores dizem ter sido expulsos de lotes pelo MST

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Por Agencia Estado
Atualização:

Agricultores de cinco projetos de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná denunciaram hoje, em reunião na Procuradoria da República, que estão sendo expulsos por integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), por discordarem dos métodos do movimento. A direção do MST, em nota, disse que a expulsão (nos casos mais graves) está prevista em normas internas dos assentamentos. Uma comissão formada por integrantes dos ministérios públicos federal e estadual, além do Incra, irá aprofundar as investigações. "O que vai acontecer agora é o contraditório", disse o ouvidor do Incra, Gersino José da Silva Filho. O dirigente do MST que estava na reunião, Rogério Mauro, disse que não podia responder por cada um dos casos denunciados. "Não se pode tratar os vários casos de expulsão em um mesmo pacote", argumentou. Segundo as denúncias, pelo menos 18 famílias teriam sido expulsas nos últimos 20 dias. Ereni Vons, do Assentamento Sebastião Camargo Filho, de Marilena, no noroeste do Estado, disse ter sido enganada por líderes, que lhe propuseram uma troca de lote. Quando ela deixou o local, o lote prometido em outro assentamento já estava ocupado. Ao retornar, foi proibida de ocupar o lote original. Segundo ela, o MST exige que "concorde em participar de ocupação de outras áreas". "Mas nós somos contra a baderna", afirmou. No Assentamento Contestado, na Lapa, região sul do Estado, os assentados Oracildo Lisbão e Benedito Gonçalves da Silva disseram terem sido expulsos por reclamarem no Incra contra as lavouras coletivas e por não concordarem com pagamento de contribuição para o movimento. Lisbão disse ter registrado queixa na Polícia Federal contra o MST. "Fizeram ato de terrorismo", acusou. O líder do MST, Rogério Mauro, que mora nesse assentamento, afirmou que, no caso deles, os motivos para expulsão incluíram até ameaça de morte e tentativa de enganar os assentados com abaixo-assinado falso. A expulsão foi decidida em assembléia com mais de 100 assentados. No fim da reunião, Mauro concordou que, a partir de agora, qualquer expulsão será submetida ao crivo do Incra, do Ministério Público e do conselho municipal. "Essa foi a grande vitória da reunião", comemorou o ouvidor do Incra.

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