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Agentes federais saem com sacola após busca na casa de peemedebista

Conteúdo recolhido não foi revelado pela PF, que esteve primeiro no antigo endereço do ex-governador

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Por Felipe Werneck
Atualização:

A casa do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) foi alvo ontem de operação da Polícia Federal. Munidos de mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, sete agentes e um delegado da área de inteligência da PF, acompanhados de duas testemunhas, vasculharam o imóvel de quatro pavimentos, em Laranjeiras, na zona sul da capital, por quatro horas e 15 minutos. Saíram com uma bolsa cheia e lacrada, mas não revelaram o conteúdo. Apesar de a operação ter começado às 6 horas, a equipe só chegou à residência do ex-governador - que estava presente - às 11h29. Motivo: o endereço inicialmente obtido pela PF estava errado. Os policiais foram primeiro a um apartamento na Praia do Flamengo, também na zona sul, de onde Garotinho e sua família se mudaram há cerca de dois meses. Saíram de lá às 6h55, sem levar nada - o imóvel estava vazio, como foi constatado pelos agentes com a chave obtida com o síndico do prédio. Àquela altura, Garotinho já acompanhava a movimentação dos policiais, seguida por repórteres, pela internet. O ex-governador ficou em casa, como constataram jornalistas que chegaram ao endereço certo bem antes da polícia. A PF precisou de novo mandado e só chegou à casa cinco horas após a primeira batida. Até o fim da tarde, Garotinho só concedera entrevista a uma rádio de Campos, no norte do Estado, seu berço político. Ele se disse "surpreso" com a operação e afirmou não ter o que temer. O ex-governador não participou ontem do programa radiofônico que mantém no horário matinal, no qual foi substituído pela filha, Clarissa Matheus. Pelo menos quatro advogados acompanharam a operação da PF. O vice-prefeito de Campos, Roberto Henriques (PMDB), visitou Garotinho e, ao sair, afirmou que ele estava "absolutamente tranqüilo" e "animadíssimo". "Ele tomou conhecimento pela imprensa da acusação de formação de quadrilha armada. Conheço Garotinho desde criança e nunca o vi com arma na cintura. Jesus de Nazaré, que foi melhor do que nós, respondeu a quatro processos", declarou. Segundo ele, o ex-governador já esperava a chegada da PF e preferiu ficar em casa para "facilitar o trabalho da Justiça". Henriques afirmou que Garotinho contou não ter participado do programa de rádio para "acompanhar pessoalmente a diligência". Em dezembro, a PF apresentou ao Ministério Público o relatório final das investigações. Os delegados do setor de inteligência defendiam a prisão do ex-governador. Os procuradores da República, porém, entenderam que não havia embasamento legal para o pedido.

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