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Agentes da PF ameaçam parlamentares, diz deputada

Por Pedro Dantas e RIO
Atualização:

A deputada federal e policial civil licenciada Marina Magessi (PPS-RJ) disse, em depoimento à CPI das Milícias, na Assembléia Legislativa do Rio, que integrantes da CPI dos Grampos, na Câmara, estão sendo ameaçados por grupos da Polícia Federal. De acordo com Marina, o objetivo seria desqualificar o trabalho da comissão para impedir a regulamentação das escutas telefônicas no País. Integrante da CPI dos Grampos, ela denunciou que agentes federais a pressionam com a abertura de um inquérito baseado em escutas antigas, que registraram diálogos entre ela e o policial civil Hélio Machado da Conceição, o Helinho, preso por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção. "Ameaças vem sempre naqueles recadinhos dizendo você está sendo investigada, tem um inquérito contra você. E tem mesmo, porque apurei que tem um inquérito contra mim e já tive acesso", disse. A Superintendência da PF avisou que não vai se pronunciar sobre a acusação. Marina foi chamada à CPI após ter sido citada por dois supostos milicianos como candidata que fazia campanha em áreas dominadas pelos grupos paramilitares. A deputada admitiu ter defendido as milícias no passado, mas negou ter recebido votos em favelas controladas pelos grupos paramilitares. Ela disse se preocupar muito mais com a presença do Movimento dos Sem-Terra (MST) na favela da Rocinha do que com a atuação dos grupos paramilitares nas favelas do Rio. "O MST está politizando a Rocinha, onde está com mais de 20 integrantes. A Rocinha tem mais de dois mil fuzis e o MST, armado de foices e facões, já fez muito estrago", disse a parlamentar, que afirmou temer uma aliança entre o tráfico e o MST. A deputada se referia ao fato de José Rainha, ex-militante do MST, ter apoiado publicamente a candidatura do presidente da Associação dos Moradores da Rocinha, Luís Claudio Oliveira, o Claudinho da Academia (PSDC). Claudinho não foi encontrado. Em nota, o MST disse que Rainha não é mais integrante da entidade e negou envolvimento com traficantes. O documento classifica as declarações de Marina como "paranóicas e infundadas".

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