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"Agenda positiva" do ensino superior foi cancelada

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, informou nesta quarta-feira a reitores de universidades federais que o governo não vai mais autorizar a contratação imediata de 2 mil professores e deixará também de conceder gratificação salarial aos servidores técnico-administrativos. Segundo o presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Emídio Cantídio, o ministro admitiu que a "agenda positiva" do ensino superior foi cancelada por determinação da área econômica do governo. "As federais têm crescido sem a respectiva ampliação orçamentária. Precisamos de apoio do governo", reclamou Cantídio, após encontro com Paulo Renato. A diretoria da Andifes iria reunir-se nesta quarta-feira à noite e planejava entregar carta nesta quinta-feira ao presidente Fernando Henrique Cardoso, reivindicando a liberação de recursos. "Estávamos esperançosos, mas o ministro botou água fria, diante da não aceitação da equipe econômica." O governo aceitou conceder gratificação aos servidores técnico-administrativos no ano passado, após a greve dos servidores federais, segundo Cantídio. Ele teme que a categoria decida retomar a paralisação. "Os servidores das universidades federais estão sem aumento desde 1995", afirmou o reitor, informando ainda que não há concurso para a maioria dessas carreiras há mais de cinco anos. Paulo Renato negou que as medidas planejadas para o ensino superior, orçadas em aproximadamente R$ 500 milhões este ano, tenham sofrido veto da área econômica. "Esperava dar uma boa notícia que não tenho ainda", admitiu ele, referindo-se ao teor da conversa com os reitores. A Andifes pleiteava também a ampliação do período de contratação de professores temporários, de dois para quatro anos. Atualmente, o quadro de pessoal das instituições apresenta defasagem de cerca de 6 mil professores. O número de alunos de graduação matriculados nas instituições federais de ensino superior cresceu 49% entre 1995 e 2000, subindo de 90 mil para 134 mil estudantes. Nos cursos de mestrado, o aumento foi de 28% e, nos de doutorado, 77%. FHC e Paulo Renato vão lançar nesta quinta-feira o edital do Fundo de Infra-Estrutura, com as instruções para que instituições públicas de pesquisa apresentem projetos. O fundo, que reúne 20% dos recursos dos demais fundos científicos setoriais, vai distribuir este ano R$ 138 milhões para melhorar a infra-estrutura de universidades e centros de pesquisa.

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