Um ofício do Palácio do Planalto, enviado nesta segunda-feira, 21, informou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não estaria presente na cerimônia virtual de posse dos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento justifica que a ausência de Bolsonaro seria por causa de "compromissos pré-estabelecidos em sua extensa agenda”, entretanto, segundo dados públicos da agenda do chefe do Executivo, divulgada pelo próprio governo, só há compromissos até as 16h. A cerimônia do TSE está marcada para às 19h.
Bolsonaro foi convidado pessoalmente, no dia 7 de fevereiro, por Fachin e Alexandre de Moraes para a cerimônia. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto. No mesmo dia, os ministros também convidaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A chegada de Fachin é marcada por atritos na relação com o presidente, que tem reeditado críticas ao sistema de votação. Com Moraes, a convivência é repleta de vaivéns, que inclui xingamentos e palavrões. O ápice da escalada de tensão entre os dois foi durante o discurso de 7 de setembro, em manifestação pró-governo, quando Bolsonaro chamou Moraes de “canalha”, pediu para ele "sair" e disse que, a partir de agora, não iria obedecer nenhuma decisão que parta do ministro.
Moraes é relator de inquéritos em que o chefe do Executivo é investigado e já expediu ordem de prisão ou de busca e apreensão de 7 aliados do presidente: o blogueiro Allan dos Santos, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o cantor Sergio Reis, o caminheiro Zé Trovão, jornalista Wellington Macedo e os deputados federais Daniel Silveira e Otoni de Paula.