Agências do INSS não cumprem as 12 horas prometidas

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Por Agencia Estado
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Apesar do fim da greve dos funcionários da Previdência Social, muitas pessoas ainda perdem a viagem ao ir até as agências do INSS. São pessoas que acreditam que os postos estão funcionando 12 horas por dia e, por isso, reservam a tarde para resolver o problema do benefício atrasado. É o caso de Leonina, que ficou viúva em agosto e precisa da pensão do marido, e Sandra, que ganhou bebê em setembro e pleiteia a licença-maternidade. Depois das 14 horas, a cena se repete todo dia desde segunda-feira, no posto da Avenida Brás Leme, na zona norte de São Paulo. As portas já estão fechadas. Quem chega para ser atendido vai se aglomerando. "Só amanhã das 8 às 14 horas", informa o segurança. "É muita falta de respeito", diz a arrumadeira Leonina Ananias Silva, de 52 anos. Durante a greve, ela telefonava para o serviço 0800 para saber quando os postos voltariam a funcionar. Nesta quinta-feira, foi a primeira vez que Leonina foi ao posto do INSS. Como já passava das 14 horas, não conseguiu ser atendida. Sua renda ficou R$ 400 mais baixa com a morte do marido. Trabalhando como arrumadeira das 6 horas às 14h20, Leonina ganha R$ 350,00, dinheiro usado integralmente para o pagamento do aluguel. As outras despesas são cobertas pelo salário da filha de 19 anos, que também é de R$ 350. "Estamos economizando em tudo. No telefone, na luz e na comida." Fazer economia até na comida também foi a saída encontrada pela demonstradora de supermercado Sandra Serafim, de 24 anos. Só que a família dela aumentou e vieram outros gastos. "Tenho de comprar fraldas. Estou há dois meses sem salário." "Dizem que dá para fazer o pedido do salário-maternidade pela Internet, mas já tentei 15 ou 20 vezes e não dá certo." Sandra reclama que a orientação para preencher os formulários eletrônicos são muito confusas. O jeito foi ir até o posto nesta quinta, mas, como já passava das 14 horas quando Sandra chegou à agência da Brás Leme, não foi atendida. A presidência do INSS pediu aos chefes das agências que o atendimento ao público fosse feito durante 12 horas por dia. Mesmo assim, cada gerente organizou os trabalhos de acordo com o número de funcionários e a demanda dos processos.

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