BRASÍLIA - Presidente afastado do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que sua assinatura digital no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi usada "sem o o seu conhecimento" no documento que determinou a troca do comando do partido no Acre e pediu ao senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino, que anule a decisão.
"Ao tomar conhecimento na data de hoje de que sua assinatura digital teria sido utilizada sem seu conhecimento para oficializar a medida, o presidente licenciado, Senador Aécio Neves, solicitou ao presidente em exercício, senador Tasso Jereissati, que a torne sem efeito e que o assunto seja submetido à deliberação na próxima reunião da Executiva Nacional", informou a assessoria do PSDB em nota enviada ao Estado.
Reportagem do Estado publicada nesta segunda-feira, 3, mostrou que assinatura eletrônica de Aécio no TSE está registrada no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGPI) do TSE em um documento que interrompeu o mandato do deputado federal Major Rocha como presidente do PSDB no Acre.
Integrante dos grupo batizado como 'cabeças pretas', ala de tucanos que defende o rompimento do partido com o governo Michel Temer, Major Rocha acusa Aécio de ter colocado em seu lugar um aliado.
A reportagem teve acesso ao documento da Justiça Eleitoral que sacramenta o término do mandato de todo o Diretório Estadual acreano. Segundo o texto, o prazo foi alterado de 31 de maio de 2018 para 17 de junho de 2017. Uma consulta no site do TSE informa que, antes dessa, a última alteração tinha sido realizada dois meses antes, no dia 7 de abril, quando o mandato de todos os membros do diretório fora prorrogado por um ano.
O diretor de gestão corporativa do PSDB, João Almeida, disse que foi ele quem usou o login e a senha de Aécio para alterar a composição do diretório.