Aécio quer urgência na instalação da CPI da Petrobras

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Por Carla Araujo
Atualização:

O presidente do PSDB e provável candidato do partido à Presidência da República, senador Aécio Neves, afirmou nesta terça-feira, 1, acreditar na "responsabilidade" do presidente do Senado, Renan Calheiros, para que o requerimento de abertura da CPI da Petrobras, para investigar a compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, seja lido ainda hoje. "O senador Renan tem a responsabilidade, não é uma manifestação da sua vontade, é a responsabilidade de ler ainda hoje o requerimento e solicitar que, no prazo de cinco dias, os partidos indiquem seus representantes (para a CPI)", disse.Segundo Aécio, é preciso, "acima das posições de oposição ou situação", que seja cumprida a Constituição e o regimento da Casa. "Vamos fazer com que se cumpra o regimento do Congresso e do Senado (sobre abertura da CPI)", garantiu. "As assinaturas foram obtidas, existe um fato determinado para justificar a criação da CPI no Senado, nós seremos os avalistas disso, todos os membros da CPI", afirmou.O senador disse ainda que não está prejulgando ninguém. "O que nós queremos é que as investigações ocorram, para que as denúncias possam ser comprovadas ou não". Aécio disse que as mobilizações da base aliada estimulam que se apure os fatos com rigor. "A ansiedade de setores do PT estimula que a investigação ocorra o mais rapidamente possível."Aécio voltou a dizer que não vai se intimidar com tentativas da base aliada do governo de incluir as denúncias do caso Alstom, cartel de trens em São Paulo, Cemig e Porto de Suape no escopo da CPI da Petrobras. "Eu respeito posições de governistas que querem fazer investigações sobre outras áreas, que façam, elas são bem-vindas", disse. "Agora, querer criar dentro da CPI já protocolada subterfúgio para que as investigações não ocorram é zombar da sociedade brasileira", reforçou."Manobras"O senador chamou de "manobras" essas tentativas dos aliados. "Me parece que não querem apurar aquilo que hoje assusta, avilta e indigna a sociedade brasileira", disse. Nós precisamos saber se houve, efetivamente, nessas decisões que lesaram a companhia, lesaram os investidores e lesaram a população brasileira, se houve dolo, se houve má intenção, esse é o papel da CPI", afirmou. Disse que pretende se reunir em Brasília com lideranças da oposição e trabalhar "para que se cumpra o regimento do Congresso Nacional, do Senado e a Constituição".Equipe Aécio Neves negou que já tenha definido nomes da equipe para um eventual futuro governo. Na segunda-feira, 31 de março. O presidente do PSDB jantou com empresários em São Paulo e passou boa parte da noite ao lado do ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga. No evento, o senador teria deixado a entender que o economista poderia ocupar um cargo no Ministério da Fazenda em um eventual governo. "Nunca disse isso. O que eu disse foi que Arminio, ao lado de figuras como José Roberto Mendonça de Barros, Mansueto (Almeida) e Samuel Pessoa, são economistas que estão nos ajudando com a construção de uma agenda para o Brasil", afirmou.Apesar da negativa, o senador disse que fica "muito feliz" em poder contar com a participação de Arminio neste momento. "Mas não é hora ainda de tratar de ministério, até porque ainda não ganhamos a eleição", afirmou, ressaltando: "Ainda". O senador participou, na manhã desta terça-feira, 1, da abertura do Fórum Panrotas 2014, na capital paulista. Após dizer que é preciso dinamizar o setor de turismo, o tucano criticou o uso da pasta como "instrumento de barganha política", afirmando que "o Ministério tem sido loteado, ocupado sucessivamente por indicações de pessoas que não têm nenhuma familiaridade com o setor", disse.Pouco antes da fala de Aécio, o recém-empossado ministro do Turismo Vinicius Lages havia discursado, mas no momento em que o tucano tomou a palavra Lages já havia deixado o evento. O senador do PSDB disse, no entanto, que suas críticas ao comando da Pasta do Turismo não significam que as pessoas que ocupam o cargo "não sejam dignas ou corretas, apesar das inúmeras denúncias que no passado ocorreram".

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