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Aécio quer que oposição e situação fiquem ´no mesmo barco´

Para governador, isso deverá ocorrer porque demandas dos Estados são as mesmas

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse nesta quarta-feira, 22, confiar que num futuro próximo governadores eleitos e reeleitos da oposição e da base de apoio ao governo Lula estarão "no mesmo barco". Na opinião de Aécio, isso deverá ocorrer porque as demandas dos Estados em relação á União são as mesmas. "Tenho certeza de que, dentro de pouco tempo, estaremos todos reunidos na busca da reconstrução da Federação", afirmou o governador mineiro, que procura capitanear entre os colegas uma agenda de interesses comuns a ser apresentada ao Congresso no início da próxima legislatura. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou governadores eleitos e reeleitos do PT, PSB e PMDB para um almoço, na quita, 23, em Brasília. Apesar de não interromper os canais com o Planalto, Aécio sustenta que é preciso evitar o que já chamou de "armadilha" do governo federal durante o primeiro mandato. "Vivemos a ilusão de que o governo federal se interessaria por recompor a capacidade de investimento de Estados e municípios. Isso não ocorreu", destacou, observando que o governo Lula se distanciou dos debates que interessavam aos governadores após resolver questões de seu interesse, como a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e da Desvinculação das Receitas da União (DRU). "Os governadores da base de apoio, (que) obviamente, têm uma proximidade maior com o presidente, não recusaram o convite do presidente para lá estarem. Mas eu não tenho dúvidas de que, dentro de pouco tempo, aqueles que ainda não perceberam, perceberão que nós teremos governadores, independente de partidos políticos, no mesmo barco. Senão nós vamos apenas fazer lá o gesto da cortesia, tomar um café com o presidente da República. E teremos, nós todos, imensas dificuldades nas nossas gestões estaduais", disse Aécio, em entrevista pela manhã á Rádio Gaúcha. Demandas O mineiro contou que conversou na terça, 21, por telefone com o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner (PT). Referindo-se à cobrança por uma nova regulamentação para o ressarcimento pelas perdas com a Lei Kandir, lembrou que o Estado nordestino também é exportador, assim como o Pará, o Rio Grande do Sul ou Minas. "As demandas são as mesmas", enfatizou. Aécio já recebeu a visita de quatro governadores eleitos - José Roberto Arruda (DF), Sérgio Cabral (Rio), Paulo Hartung (ES) e Yeda Crusius (RS) - na tentativa de construir uma agenda de consenso, que passa também pela transferência dos recursos da Cide e do Pasep para os Estados e a conclusão da reforma tributária. Mas há possibilidade de impasse em relação a mudanças na legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), já que a eventual mudança na arrecadação do tributo - da origem, como é hoje, para o destino - acarretará perdas de receitas para Estados produtores, principalmente São Paulo. Nesta quarta-feira, 22, o governador mineiro disse que a reforma política se impõe como a mais urgente, porque "será facilitadora das outras". FHC Aécio voltou a dizer que o resultado das urnas delegou ao PSDB o papel de oposição, mas que não se negará a sentar à mesa com o presidente da República para discutir as questões que interessam ao País. Questionado se embarcaria no Aerolula, ele novamente classificou como "natural" a conversa entre o presidente e o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). "Um gesto de cortesia, que não muda nossa posição." O governador de Minas informou que ainda nesta semana se encontrará com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele cobrou unidade e "ousadia" dos líderes tucanos para que o partido seja reconstruído nacionalmente. "Se nós não estivermos unidos, nós certamente não seremos uma opção real de poder", afirmou. "Pela maturidade das principais lideranças políticas do partido, (temos) todas as condições de cumprir nosso papel: Uma oposição firme, mas também que não vire as costas para os interesses dos brasileiros."

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