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Aécio quer discutir ´consenso dos governadores´ com Lula

Em Washington, governador de Minas afirmou que quer mudanças no PSDB

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), aproveitou sua viagem a Washington para oficializar o namoro Rio-Minas e lançar o que chamou de "consenso dos governadores". Aécio, em visita à capital americana, Washington, disse que pretende levar uma "agenda de consenso" dos governadores se for chamado para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro. "Estou ouvindo governadores eleitos, buscando uma agenda de consenso, para que possamos expor nossas demandas quando vier o encontro com o presidente", disse. "O governo federal avançou na sua agenda, com a CPMF e DRU, mas se desinteressou da agenda dos Estados." No encontro com Lula, Aécio pretende falar sobre a Lei Kandir, a transferência do Pasep para Estados e municípios, a modificação da legislação de ICMS para acabar com a guerra fiscal, constituição de fundo de desenvolvimento para regiões mais deprimidas economicamente, a transferência da gestão das rodovias para os estados, mudança de indexador da dívida dos Estados. Outra proposta para aumentar a capacidade de investimentos dos Estados é flexibilizar os pagamentos da dívida. A idéia é fazer com que investimentos em infra-estrutura não façam parte da base de cálculo da receita para pagamento da dívida, inspirado no acordo com o FMI, que exclui gastos com infra-estrutura do cálculo do superávit primário federal. Rio-Minas Aécio, que veio acompanhado do governador eleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que está iniciando com a dobradinha Rio-Minas um programa de cooperação entre os Estados brasileiros. "Além de ser um grande amigo, Sérgio é um parceiro na visão de país", disse Aécio. "Rio e Minas são economias complementares em diversos setores." Segundo o governador mineiro, os secretários de planejamento dos dois Estados - Wilson Brumer e Júlio Bueno - vão se reunir na volta de Washington para determinar a agenda de parcerias entre os dois Estados, que vai incluir programas de infra-estrutura viária e segurança pública. Outro projeto comum envolverá o porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro. O governador eleito do Rio pretende negociar o passivo ambiental da Ingá, empresa que fica no porto, com o governo de Minas, o maior credor das dívidas da companhia. "Por mais que o Aécio tente, Minas não tem mar - mas eu vou permitir que Minas ganhe um mar", disse Sérgio Cabral. "Minas vai ganhar um porto no Rio, solucionando nosso passivo ambiental da Ingá, e escoando por ali seus produtos." Durante entrevista na embaixada brasileira, os dois governadores, de partidos diferentes, não pararam de trocar elogios. "Vim apresentar meu amigo Sérgio Cabral aos funcionários do BID e do Banco Mundial, para que ele possa alavancar vários investimentos no Estado do Rio nos próximos anos", disse Aécio. "O Aécio é um grande exemplo de uma gestão que enfrentou desafios gravíssimos no início do governo e conseguiu superar isso com austeridade fiscal, metas e compromissos", disse Cabral. Aécio é um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência. Serra Comentando a suposta proposta do governador eleito José Serra, da criação de um partido mais à esquerda do PSDB, Aécio foi enfático. "Eu não vejo espaço no Brasil para a construção de um novo partido", disse. "Acho que o PSDB precisa se reciclar, precisamos construir de um novo PSDB, mais democrático em suas decisões, mais nacional, e mais próximo das pessoas." Aécio disse que se reuniu o ex-presidente Fernando Henrique e com Tasso Jereissati antes de viajar para os EUA. "Nossa idéia é fazer do presidente FHC o coordenador de um amplo processo de renovação do programa do PSDB", disse. que foi construído há mais de 20 anos, e precisa ser reciclado. "Não é admissível que um partido que trouxe tantas contribuições ao país, como a estabilidade econômica, internacionalização da economia, tenha tido um resultado tão pífio nas eleições em certas regiões do País, como no nordeste. Precisamos voltar a nos relacionar da vida nacional que estão hoje distanciados do PSDB: a academia, movimentos sindicais, a classe média", concluiu.

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