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Aécio Neves projeta aliança entre PSDB e PT no médio prazo

Por CARMEN MUNARI
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, defendeu nesta quarta-feira uma aliança do PSDB com o PT em torno de um projeto comum para o país que, no seu entender, poderia ser concretizado "a médio" prazo". Ao mesmo tempo, sinalizou que a tradicional parceria entre tucanos e Democratas (ex-PFL) "não é uma camisa-de-força". "Não acho que nós devamos viver eternamente nessa dicotomia e nesse antagonismo que coloca de um lado o PSDB e seus aliados tradicionais e, do lado oposto, como adversários, o PT e seus aliados", disse Aécio a jornalistas em São Paulo após encontro na Abdib, associação que reúne empresários da indústria de infra-estrutura. "No curto prazo, isso (uma aliança PSDB-PT) é muito difícil, mas acho que não é impossível no médio prazo", completou. Dizendo-se próximo a muitos petistas, entre eles o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, Aécio afirmou ver mais convergências do que divergências nessas relações. Citou ainda a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. PSDB e PT têm sido rivais nas eleições presidenciais desde 1995, situação que se repete em Estados e municípios. Mas experimentam proximidades desde a eleição do ano passado. O governador, que se disse um "construtor de pontes", enxerga uma vocação também nos partidos aliados ao governo do presidente Lula -- que chegam a onze, incluindo o PT -- para a criação desta aproximação. "Até mesmo aliados que estão hoje em torno do governo do PT teriam mais facilidade no futuro de construírem um projeto com o PSDB e outros aliados", afirmou. Para ele, é mais importante para o país um plano que possa ser sustentado em uma correlação de forças programática e não artificial, "que custa muito caro ao governo, como estamos assistindo todos os dias". Aécio comentou as disputas entre tucanos e democratas na cidade de São Paulo, explicitadas após a divulgação da pesquisa Datafolha em que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) aparece à frente para a eleição do ano que vem, com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) se mostrando competitivo. Os dois partidos são aliados na cidade e no Estado, refletindo a situação nacional. "O que não podemos permitir é que a radicalização política num Estado, seja ele qual for, nos imponha uma camisa-de-força que impeça o Brasil de avançar", resumiu Aécio.

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