Aécio encontra Temer e diz que não cogita trocar de partido

Por CARMEN MUNARI
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Ao chegar a encontro com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou nessa segunda-feira que está aberto ao diálogo com todos os partidos para a construção do que chama de "projeto para o país". O PMDB, que pretende lançar candidato próprio em 2010, vem assediando Aécio para concorrer à sucessão de Lula. Apesar de considerar o convite de Temer "muito importante", o governador mineiro diz que não cogita trocar o PSDB pelo PMDB. "Sempre que eu tiver oportunidade de ter uma interlocução, não só dentro mas fora do meu partido, estarei aberto a ela", disse Aécio, que disputa com o governador de São Paulo, José Serra, a preferência dos tucanos para concorrer à Presidência da República em 2010. Aécio não descartou que o tema da sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva estará no cardápio do jantar com Temer nesta noite. "Vamos conversar sobre tudo, não há objetivo direto, final, nessa conversa", disse ainda. O PMDB seria uma opção viável ao governador mineiro caso se concretize a opção dos tucanos por Serra. Em todas as pesquisas recentes, Serra desponta na frente na intenção de voto do eleitorado para a escolha do próximo presidente. A ida de Aécio para o PMDB também agradaria o presidente Lula, que gostaria de vê-lo trocando o PSDB por um partido aliado, apostando na divisão tucana para sua própria sucessão. Mesmo negando que esteja tratando da próxima eleição presidencial, Aécio vem conversando com interlocutores de vários partidos. Além do PMDB, teve encontros recentes com expoentes de outras legendas aliadas ao governo, como Carlos Luppi, ministro do Trabalho e presidente do PDT, e Eduardo Campos, governador de Pernambuco e dirigente do PSB, e no sábado esteve na festa de 30 anos de carreira política do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). "É cedo para isso (busca por alianças). Quero participar de uma grande construção do que falta ao país, um projeto de país. Projeto de poder, de candidaturas, o país tem de sobras. Serei sempre uma peça a participar dessas discussões independentemente do meu caminho pessoal", disse Aécio. O governador deu como exemplo a sucessão na capital mineira, onde vê uma convergência do PT e do PSDB em torno de um projeto comum.

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