'Aécio é meu plano B e eu, o plano B dele', diz Serra

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Por CAROLINA FREITAS
Atualização:

Os dois pré-candidatos do PSDB à Presidência deram sequência hoje em São Paulo à sessão de afagos iniciada ontem com juras de apoio mútuo em 2010. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, almoçou com o colega paulista, José Serra, no Palácio dos Bandeirantes. Arrematou a visita à Capital com uma participação relâmpago em um evento oficial de Serra, na sede do governo, diante de uma plateia de 300 pessoas - quase uma centena delas prefeitos paulistas."O Aécio é meu plano B e eu sou o plano B do Aécio. Infeliz daquele que não tem plano B", afirmou Serra, entre sorrisos. Do lado do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece como única alternativa do partido para a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.Quando Aécio foi questionado, em entrevista coletiva, sobre que motivos o fariam desistir da disputa pela Presidência, Serra antecedeu-se ao mineiro: "Eu sou contra o Aécio desistir." Segurando o pulso e levantando o braço direito de Aécio, o paulista completou: "Um vai erguer o braço do outro, qualquer que seja a decisão tomada." Aécio acabou por não responder à pergunta.Todo o esforço do mineiro foi para mostrar-se alinhado com Serra. "Nós temos uma enorme afinidade e uma fraterna amizade, para descontentamento de alguns", disse Aécio. "Nem eu nem Serra impomos qualquer coisa, até porque sabemos que candidaturas impostas não têm um desfecho feliz." Em 2002 e 2006, após rusgas internas no PSDB para a escolha do presidenciável, os candidatos tucanos saíram derrotados das urnas. Para Aécio, ele e Serra têm "perfis distintos", mas os mesmos objetivos para o País.Críticas - Exemplo da afinação entre eles foram as críticas ao governo Lula na questão fiscal. Apesar de negarem a liderança de um movimento organizado, Serra e Aécio têm, nos últimos dias, atacado a proposta de Orçamento enviado pela União ao Congresso, por não prever o ressarcimento aos Estados exportadores pelas perdas com as isenções de impostos previstas pela Lei Kandir."É uma volúpia fiscal jogar a totalidade das perdas das exportações em cima das costas de Estados e municípios, que são unidades da Federação sem capacidade de emitir papéis para se endividar", reclamou Serra. Segundo Aécio, durante a administração do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a União devolvia até 50% das perdas, mas, no governo Lula, esse porcentual caiu para 17%. "Agora o governo não quer colocar um real sequer." A proposta orçamentária do governo Lula para 2010 aguarda votação no Congresso Nacional.

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