Brasília - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quarta-feira, 19, que a decisão de seu correligionário Eduardo Azeredo (MG) de renunciar ao mandato de deputado federal não ocorreu por pressão do partido. "É uma decisão de foro íntimo e tem que ser respeitada", afirmou ao deixar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
O deputado entregou a carta de renúncia no início da tarde. Na mensagem, o tucano afirmou que aceitará ver seu nome e o de seu partido "enxovalhados". Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, Azeredo participou de desvio de recursos de estatais mineiras em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição para o governo de Minas. O processo está no Supremo Tribunal Federal (STF) e a expectativa é de que seja julgando ainda neste semestre.
O deputado nega envolvimento no escândalo. Aécio destacou ainda que Azeredo, ex-senador e ex-governador de Minas Gerais, deve agora "se dedicar à sua defesa". "Ele é conhecido e reconhecido em Minas como homem de bem", completou o senador.
A PGR pediu a condenação a 22 anos de prisão de Azeredo por peculato e lavagem de dinheiro. Desde a denúncia, a cúpula tucana tem evitado comentar o assunto com receio de que a situação prejudique a futura campanha de Aécio Neves à Presidência da República.