
08 de setembro de 2014 | 17h43
Em Belém, Aécio disse que não se pode colocar "no mesmo saco" as críticas feitas a Marina por petistas e tucanos e, ao comentar as denúncias de corrupção na Petrobras, nas quais o nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos foi citada, disse que isso não "combina com ele".
Campos morreu em um acidente aéreo em agosto, quando fazia campanha como candidato do PSB à Presidência. Com sua morte, Marina, até então candidata a vice, assumiu a cabeça de chapa, o que mudou o cenário eleitoral e colocou Aécio em uma distante terceira posição nas pesquisas, atrás de Marina e da presidente Dilma Rousseff (PT), que disputam a liderança.
"Em relação à candidata Marina, vejo uma tentativa permanente de vitimização", disse o tucano.
"Nós, do PSDB, queremos saber, até porque não temos semelhança alguma com o PT. Se alguém tem uma semelhança ou uma identidade com o PT é ela, pelos seus mais de 20 anos de militância no partido, não somos nós. A nossa cobrança em relação a ela é uma cobrança política."
Aécio afirmou que a candidata do PSB precisa esclarecer posições como sua defesa do agronegócio, setor com que teve atritos quando foi ministra do Meio Ambiente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e em relação à responsabilidade fiscal, já que como senadora petista seguiu orientação do partido e votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
"Esse é o jogo político e ela tem que estar preparada para dar essas explicações", cobrou o tucano, acrescentando que, ao colocar "no mesmo saco" as críticas sofridas de PT e PSDB, Marina "foge do debate".
A candidata do PSB tem reclamado de uma "indústria de mentiras e boatos" que estaria atuando contra a sua campanha. Entre as reclamações da ex-ministra, estão afirmações de Dilma e da campanha petista de que ela reduziria investimentos na exploração do petróleo na camada pré-sal.
Aécio disse que as críticas que faz à presidente, centradas agora principalmente nas denúncias de corrupção na Petrobras, são diferentes das direcionadas por ele à Marina.
Indagado sobre a suposta citação do nome de Campos em um depoimento feito pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em um processo de delação premiada, Aécio buscou isentar o ex-governador, de quem já disse se considerar amigo.
"Em relação às acusações sobre o ex-governador Eduardo Campos, conheci Eduardo durante 30 anos. Isso não combina com ele. Eduardo era um homem de bem", afirmou.
(Por Eduardo Simões)
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