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Aécio diz que Lula lamentou 'distância' entre PT e PSDB

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Por Eduardo Kattah
Atualização:

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), afirmou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se queixou do "distanciamento" entre PT e PSDB, durante o velório da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, em São Paulo. Aécio observou que o abraço de Lula no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, viúvo de Ruth, não foi um gesto político, mas "muito pessoal". "Ele (Lula) estava muito emocionado. Sentamos apenas ele e eu numa sala e ele me dizia da sua emoção e da identidade que existe entre o PSDB e o PT. Dizia-me o presidente Lula: ''Olha, nós temos os mesmos amigos. É muito curioso que nós estejamos tão distantes''", afirmou o governador de Minas Gerais, que participou de inaugurações em Lavras, no sul do Estado. Aécio e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), articulam uma aliança em torno do nome do candidato a prefeito da capital mineira Márcio Lacerda (PSB). A articulação, porém, desagradou ao Diretório Nacional do PT, que vetou a participação dos tucanos, com a alegação de que o acordo favorece as pretensões do governador de Minas em 2010. O diretório municipal petista homologou a coligação com o PSB e indicou o deputado estadual Roberto Carvalho (PT) para a vaga de candidato a vice-prefeito na chapa. A expectativa é que o PSDB apóie, informalmente, a coalizão. Os tucanos realizarão a convenção na próxima segunda-feira. Num recado à cúpula nacional petista, Aécio disse que espera que o gesto de Lula - "de um cidadão brasileiro de respeito mútuo" - possa inspirar "aqueles mais belicosos, que estão no extremo da discussão política, a compreenderem que mais importante do que a vaidade de um partido político, mais importante do que a vitória eleitoral dessa ou daquela figura política, está o interesse da população". ''Interesses'' "Quanto mais nós convergirmos, mais rapidamente nós vamos atender esses interesses", avaliou. Ele reafirmou que tem buscado na capital se aproximar do PT em torno de um projeto. "Nós não precisamos - PT e PSDB - sermos inimigos para o resto da vida e sermos tratados como tais", ressaltou. "Minas Gerais tem condições de dar esse exemplo, de caminharmos na direção da convergência." Sobre os 20 anos do PSDB, Aécio disse que o marco da legenda é a estabilidade da economia, segundo ele, "precondição para tudo que está ocorrendo hoje no Brasil". "É o partido que modernizou a nossa economia, internacionalizou a economia brasileira, abriu o Brasil para o mundo e iniciou todo esse processo de atenção social, com a Bolsa-Escola, a Bolsa-Alimentação, que hoje foi ampliado e se chama Bolsa Família. Tudo isso foi inaugurado no governo do PSDB. Tivemos problemas, mas os acertos são muito mais vigorosos", afirmou, dizendo que a gestão Lula "tem também seus acertos". O governador disse ainda que espera que o PSDB possa voltar ao poder para alcançar "outros avanços que não foram conquistados, como as reformas tributária, política e previdenciária".

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