Aécio: Diferente do PT, não fizemos oposição ao Brasil

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Por JOSÉ ROBERTO CASTRO E GUSTAVO PORTO
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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, negou nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio BandNews, que tenha faltado firmeza em sua atuação como parlamentar de oposição ao governo Dilma Rousseff. Segundo Aécio, seu estilo de fazer política não envolve ataques pessoais, o quer não quer dizer que não tenha sido contundente na oposição. "Diferente do PT, nós não fizemos oposição ao Brasil", provocou.Ao falar sobre o atual cenário eleitoral, Aécio disse que não quer ser presidente para "colocar um retrato na parede" e negou que haja desânimo com o resultado das últimas pesquisas. "Vou caminhar até o último dia dizendo que temos o melhor projeto para o Brasil", afirmou.O tucano disse ainda que a candidatura de Marina Silva é "improvisada" e que não vê na adversária condições de resolver os problemas do País. Sem fazer crítica direta a Marina, Aécio lembrou que ela só se tornou candidata após o acidente que matou Eduardo Campos. "A outra candidata, não vejo como e com quem vai enfrentar os desafios que teremos pela frente", afirmou Aécio.O candidato voltou a alfinetar Marina lembrando que, apesar do discurso de que escolherá os melhores para governar, administrou o Ministério do Meio Ambiente ao lado de petistas. "As pessoas do nosso primeiro time não estão disponíveis", afirmou. Reforma políticaAécio afirmou ser o único candidato que tem propostas claras para uma reforma política. O tucano disse que suas adversárias se omitem em temas como a necessidade de redução de partidos políticos no Brasil e defendeu o retorno da cláusula de barreira, que limita o acesso das legendas sem representatividade a recursos e tempo de TV.ONUAécio classificou também o discurso de anteontem da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como "um dos mais tristes episódios da política externa brasileira". Segundo o tucano, a adversária e candidata à reeleição utilizou a tribuna da ONU para fazer discurso eleitoral, "o que lhe gerou incredulidade aos que assistiam. Aécio considerou ainda "uma mancha na política externa" do País o fato de Dilma ter pregado o diálogo com o estado islâmico, ao contrário do bloco de países liderados pelos Estados Unidos. "Ela prega o diálogo com o estado islâmico que está decapitando pessoas, enquanto é preciso uma ação forte", afirmou.Ainda sobre relações externas, Aécio reafirmou que, se eleito, mudará as relações com países vizinhos que "fazem vistas grossas" ao tráfico de drogas, permitindo, por exemplo, o cultivo de folha de coca. O candidato citou a Bolívia, como exemplo de país que é conivente com o tráfico e ainda recebe ajuda do governo brasileiro para o financiamento de obras.SaúdeIndagado se iria rever o Mais Médicos, que tem a aprovação da população, Aécio afirmou que uma revisão do programa passaria pela renegociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para o fim da discriminação dos cubanos. Essa discriminação, segundo ele, ocorre pelo fato de grande parte dos salários dos médicos cubanos ser repassada ao governo daquele país.Aécio ironizou ainda o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que afirmou ontem que a delação do doleiro Alberto Youssef - alvo da Operação Lava Jato - não preocupa o governo. "Ao contrário do que disse o ministro da Justiça, tem muito petista sem dormir com a delação premiada", concluiu.

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