Aécio defende Aloysio e ‘cautela’ com impeachment

Tucano diz que é preciso diferenciar doação para aliado com ‘assalto’ do PT’; apesar da precaução, avalia que ‘cerco’ a Dilma é maior

PUBLICIDADE

Por Isadora Peron
Atualização:
Lutar pelo Impeachment de Dilma Rousseff ainda não é consenso no PSDB Foto: André Lucas Almeida/EStadão

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que ainda é preciso cautela ao se falar num eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas diz, porém, que com a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, e a possível rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), esse desfecho se torna cada vez mais próximo. Aécio voltou a defender o ex-candidato a vice em sua chapa, Aloysio Nunes (PSDB-SP, também citado por Pessoa. 

PUBLICIDADE

Após as revelações de Ricardo Pessoa, o pedido de impeachment de Dilma volta à agenda do PSDB? Continuo tendo a cautela de sempre nessa questão, mas é perceptível que o conjunto da obra leva a uma indignação da sociedade brasileira e essa indignação é um dos insumos necessários para que se chegue a esse desfecho. No entanto, vou continuar esperando que as coisas caminhem. Um momento extremamente importante para todo esse processo, até para a nossa definição, será o julgamento do Tribunal de Contas. É inaceitável que a presidente queira continuar transferindo responsabilidades sobre os atos do governo.

Outros líderes da oposição afirmam que já há elementos para pedir o afastamento da presidente da República. Nós vamos conversar no início da semana, com todas as lideranças, para definir, de forma clara, os próximos passos que nós vamos dar. Mas o cerco é cada vez maior. E, como diz aquela expressão erga omnes usada numa operação pela Polícia Federal, mais do que nunca, a lei é para todos. Quem cometeu os delitos, vai ter que responder por eles.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi seu vice na chapa presidencial, também foi citado pelo dono da UTC. Não se pode misturar um apoio legítimo, que um candidato recebeu, declarado na Justiça Eleitoral, com o assalto comandado pelo PT que foi feito na Petrobrás. Essas coisas não se misturam. O Aloysio é um homem de bem e é um dos nomes mais críticos a tudo o que está acontecendo com o País.

O que achou das últimas declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas à Dilma e ao PT? Lula tenta agora se descolar do governo, como se pudesse haver uma criatura sem um criador. O nosso papel agora será mostrar que não haveria Dilma sem Lula e não haveria esse governo, se não houvesse Lula e não houvesse Dilma. Eles são uma coisa só. Foram para o bem e serão agora também no momento difícil.

No próximo domingo, durante a convenção do PSDB, o sr. vai ser reconduzido à presidência nacional do partido. Há consenso em torno do seu nome? Sim, é uma chapa única. Particularmente, acho que o PSDB está no melhor momento da sua história. Desde a última eleição houve um reencontro, uma reconciliação, do PSDB com setores da sociedade do qual o partido estava distanciado, e isso é algo que não pode ser desperdiçado.

Sempre há muita disputa interna no PSDB para decidir quem será o candidato à Presidência. Isso vai acontecer em 2018? Nós sabemos que a viabilidade do nosso projeto passa pela nossa unidade. Ou estaremos todos unidos ou vamos perder mais uma chance histórica.

Publicidade

O sr. é a favor de prévias? Sou, sempre fui.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.