Num gesto político, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), declarou apoio à proposta de reforma tributária, que o governo enviará esta semana ao Congresso Nacional. Após um almoço com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Aécio afirmou que a proposta traz avanços importantes e é necessária para o País. Segundo ele, a oposição deve votar a proposta com visão de País e não rejeitá-la de antemão por ter sido elaborada pelo governo federal. "Não vamos de antemão considerá-la nociva por ser do governo. Na verdade não podemos repetir o equívoco do PT no passado de considerar com vício de origem tudo que saía do governo FHC", afirmou o governador de Minas Gerais. Aécio procurou, em entrevista após o encontro com Mantega, ressaltar a importância do seu gesto político de apoio. "Minha vinda aqui é um gesto político de disposição. Minha presença é de alguma forma uma sinalização para os nossos companheiros." Segundo ele, se o PT não tivesse cometido esse equívoco no passado, talvez hoje o País já estaria vivendo um novo sistema tributário. Ao ser questionado se o PSDB teria disposição de dar apoio à reforma tributária, o governador disse que não poderia falar em nome do PSDB, mas acrescentou: "Mas àqueles que me ouvirem, vou mostrar que ela (reforma tributária) é necessária para o País". Aécio disse que vai conversar com a bancada do partido no Congresso e com todos os parlamentares mineiros. O governador ressaltou ainda que os principais efeitos da reforma tributária só começarão a ser sentidos em 2011, no próximo governo. Por isso, insistiu ele, "é preciso discuti-la sem coloração política, mas como uma proposta a favor do País". Aécio acrescentou que o momento de crescimento econômico contribui para a aprovação da reforma, já que em situação de arrocho fiscal é mais difícil aprovar uma emenda constitucional com essa complexidade. Aécio disse também que há entendimento com o governo para que as regiões do Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e do Norte de Minas Gerais sejam beneficiadas pelo Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) previsto na reforma, que visa reduzir as disparidades regionais nos Estados do Norte, Centro-oeste e Nordeste. Para Aécio, seria um retrocesso que essas regiões, que têm tratamento diferenciado há mais de 50 anos, fiquem de fora do FDR.