Aécio critica 'visão míope' e diz que PT dificulta aliança em BH

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Por MARCELO PORTELA
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O governador Aécio Neves (PSDB-MG) rejeitou nesta terça-feira uma aliança informal com o PT para a sucessão da prefeitura da capital mineira. Ele disse que o PSDB participará formalmente da coligação na chapa encabeçada pelo ex-secretário estadual Márcio Lacerda (PSB) e que o PT vem dificultando o acordo. Sem citar nomes, Aécio lançou críticas ao PT. "É algo muito grandioso o que queremos construir e não será abalado e interrompido por uma visão míope de algumas pessoas que estão a centenas de quilômetros de distância daqui de Belo Horizonte e milhares de milhas de distância da nossa realidade política", afirmou o governador a jornalistas no Palácio da Liberdade. Ele respondeu de forma indireta à nota divulgada na segunda-feira pelo presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), afirmando que a direção do partido não permitiria nem uma aliança informal com o PSDB e o PPS em Belo Horizonte. A decisão da sigla, contrária a um acordo, foi tomada na sexta-feira sob o argumento de que PT e PSDB representam projetos distintos para o país. De acordo com Aécio, essa possibilidade também não foi cogitada pelo PSDB, que pretende integrar a aliança independentemente da participação do PT, partido do deputado estadual Roberto Carvalho, indicado como vice de Lacerda. "Aqueles que tiverem a dimensão clara de que nós estamos construindo algo a favor de Belo Horizonte, participarão desse processo. Aqueles que acharem que devem priorizar outros entendimentos, que o façam. As questões do PT são do PT e elas não devem, a partir de agora, atrasar ou obstaculizar aquilo que está sendo construído em torno do secretário Márcio de Lacerda", disse o governador a jornalistas. "Se o PT, ao final da suas decisões, achar por bem participar desse processo, é muito bem-vindo. Se não, caberá a ele explicar à população de Belo Horizonte", completou, ao afirmar que seu partido vai participar do processo. Aécio é um dos principais articuladores da aliança, ao lado do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e espera o apoio do chefe do executivo municipal à chapa. "Nada nos tirará desse rumo e tenho absoluta convicção que estaremos defendendo o mesmo projeto, o governador do Estado, o prefeito Fernando Pimentel e as forças políticas que acharem por bem dele participar", ressaltou. PT X PT O petista Roberto Carvalho afirmou que, apesar da decisão da direção do PT, continua trabalhando como integrante da chapa e acredita que, até 30 de junho, quando se encerra o prazo final para o registro das coligações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o grupo ligado a Pimentel conseguirá reverter a posição do partido, já que a aliança conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos seguir a linha do presidente", afirmou Carvalho. Outro petista, que não quis ter seu nome divulgado, afirmou que é possível recorrer até à Justiça para realizar a coligação com o PSDB. "Legalmente nós estamos garantidos e não há nada que a executiva ou o diretório nacional possam fazer", disse. "Mas esse é um último recurso e queremos que o caso seja resolvido por meio de negociação."

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