15 de agosto de 2011 | 21h43
O tucano cobrou que as reformas estruturais promovidas pela presidente, ante denúncias de irregularidades, "sejam isonômicas", sem tratar de maneira distinta partidos da base aliada do governo federal. "A gente vê um governo mais cauteloso em relação ao PMDB, em razão da própria estrutura que a sigla tem. Isso não pode haver, a decisão e a ação têm de ser uma só", pregou. O senador ressaltou ainda que a aprovação de uma CPI da Corrupção é um caminho natural caso o governo federal não dê "demonstrações cabais" de que pretende coibir a corrupção na máquina pública. "Se não houver a sinalização clara do governo federal de que não é apenas aparente essa busca das investigações, certamente nós acabaremos chegando a uma CPI", afirmou. "Eu não vejo hoje uma disposição sincera e efetiva do governo federal de investigar", alfinetou. O tucano avaliou ainda que a atual gestão, assim como o governo anterior, tem desperdiçado a oportunidade de discutir temas importantes para o Brasil. "Falta foco ao governo federal, na verdade, o governo do PT deixou de ter um projeto de gestão para se focar apenas em um projeto de poder", criticou.
Na avaliação do senador, a presidente não propôs, em oito meses de governo, nenhuma proposta estruturante para o Brasil. "Ela seguiu o mesmo caminho do governo anterior, que foram oito anos sem nenhuma reforma estruturante para o Brasil", afirmou. Ele considerou ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva interfere no atual governo federal porque a presidente permite a sua participação. "Ele participa porque a presidente dá a ele essa condição de participar. No futuro, nós vamos ver se isso ajuda ou fragiliza a presidente", afirmou. O senador participou na noite de hoje de jantar promovido pela Fundação Dom Cabral, no Palácio dos Bandeirantes. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra também participaram do evento.
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