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Aécio atribui aprovação a Lula a ''bendita herança'' de FHC

Ao comentar popularidade recorde do presidente, tucano destaca estabilidade

Por Eduardo Kattah
Atualização:

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que a alta aprovação do governo Lizar Inácio Lula da Silva deve ser atribuída, em boa parte, à "bendita herança" que o presidente recebeu ao assumir o Palácio do Planalto, em 2002, após dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Pesquisa do instituto Datafolha mostrou um novo recorde de avaliação positiva da gestão - 70% dos brasileiros consideram o atual governo ótimo ou bom. "É a conseqüência do bom momento que o Brasil viveu, em decorrência, em boa parte, de uma certa bendita herança em relação à estabilidade econômica, aos marcos fundamentais da política macroeconômica. E também dos acertos do governo Lula, que reconheço", comentou. Ao tomar posse, o presidente e petistas costumavam falar em "herança maldita". Para o governador, a avaliação decorre fundamentalmente "da satisfação consigo mesmo, do sentimento que o cidadão tem de como ele está, de como está a sua família, de como está progredindo no trabalho, que perspectivas tem para o futuro". E emendou: "Se vive momento de otimismo, isso se reflete na avaliação presidencial. A economia brasileira veio crescendo até aqui. Infelizmente, não avançamos em determinadas reformas antes desse período de crise, o que poderia ter acontecido." Avaliação similar à de Aécio foi feita pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM). Para ele, o resultado da pesquisa ainda é resultado "dos tempos de bonança" e dos avanços da era FHC. "A crise está chegando e aponta para um quadro não tranqüilizador", acrescentou. "Os indicadores já estão complicados. Eu preferia que o presidente Lula ficasse com a popularidade alta, mas sem a crise." Virgílio comentou que não se preocupa com a alta popularidade de Lula, mesmo porque, acrescentou, o presidente não é candidato nem transfere votos. Para o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), "é natural" o aumento da popularidade de Lula, uma vez que o governo "postergou o impacto que a crise vai ter na economia, que vai entrar em processo de desaceleração". "O surpreendente na pesquisa é a expectativa da população em relação à economia no ano que vem", observou o dirigente partidário. Pela levantamento do Datafolha, 78% dos entrevistados acreditam que 2009 será melhor que este ano. A sondagem registrou ainda que 72% tomaram conhecimento da crise. Na avaliação do líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), o governo "não fez tudo o que deveria fazer" para conter a crise. Ele argumentou, no entanto, que "o presidente, com a ajuda da oposição, está agindo responsavelmente para minimizar os efeitos da crise internacional sobre o Brasil". O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), enfatizou que o resultado da pesquisa é reflexo do "impacto da opinião pública sobre a gestão do presidente Lula quanto a crise". "É mais do que aprovação pessoal do presidente. É o reconhecimento do programa que está sendo executado pelo PT e os partidos aliados", disse. BALANÇO Na avaliação do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, a pesquisa mostra que a população não associa o governo à crise financeira e aprova o "governo para todos" de Lula. "A sociedade tem consciência de que o presidente está conduzindo a crise com equilíbrio e sensatez." Além disso, reforçou o ministro, os brasileiros sabem que a turbulência não foi gerada no Brasil, mas no exterior.

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