O advogado do PT, Márcio Silva, criticou nesta terça-feira os dois pareceres técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que sugeriram a rejeição das contas de campanha do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o advogado da legenda, as empresas cujas doações estão sendo questionadas nesses pareceres já haviam feito doações, sem nenhum questionamento, em eleições passadas. O plenário do TSE julga, a partir das 19 horas, as contas da campanha de Lula. A recomendação pela rejeição das contas ocorreu porque os técnicos do tribunal avaliaram que o PT recebeu doações de cerca de R$ 10 milhões de empresas ligadas a concessionárias e permissionárias do serviço público, o que é vedado pela legislação eleitoral. Segundo Márcio Silva, a lei é de 1997 e nos pleitos de 1998, 2002 e 2004 essas mesmas empresas que estão sendo questionadas fizeram doações para várias campanhas e não houve rejeição das contas por este motivo. O advogado do PT destacou, também, que os técnicos do TSE partem de um banco de dados desatualizado e de um pressuposto de que, pelo fato de deter uma participação societária em uma empresa, ela estaria impedida de fazer doações. E cita como exemplo a doação de R$ 1 milhão da empresa carioca Christiani Nielsen Engenharia, considerada ilegal pelos técnicos do TSE. Silva destacou que esta empresa não faz mais parte do consórcio CRT (Concessionária Rio-Teresópolis), já que a relação contratual entre elas foi extinta no início de julho deste ano.