
03 de outubro de 2011 | 19h47
A acusação de extorsão não procede, segundo ele. "Usinas de açúcar e álcool denunciaram extorsão (por parte do grupo de Rainha), mas não registraram Boletim de Ocorrência. Por trás disso estão multinacionais que controlam a produção de álcool e açúcar. Elas estão contra os movimentos sociais. Os depoimentos de hoje são uma repetição do que já está no processo", atacou Strozake, acrescentando que o Ministério Público (MP) "não tem conseguido produzir provas" contra seu cliente (Rainha). Depois de afirmar ter certeza de que Rainha é inocente, o advogado disse que amanhã o Tribunal Regional Federal de Recursos (TRF), em São Paulo, julga um hábeas corpus em favor do líder dissidente do MST. Outro habeas corpus deverá ser julgado daqui a um mês, em Brasília. "Podemos ir ao Supremo", completou.
O Capital
Quem também crê na inocência de Rainha é sua mulher Diolinda Alves de Souza, de 42 anos. Ela pretende recorrer até à Anistia Internacional para libertar seu marido. "Vamos fazer manifestações pelo País e vamos levar o caso para a Anistia", prometeu. Acompanhada da filha Sofia, de 10 anos, que carregava uma camiseta com a frase "Zé Rainha é inocente", Diolinda liderava uma grupo de 13 pessoas. Ela criticou o governo paulista pela prisão. Querem tirar o Rainha de circulação, querem impedir manifestações contra a regularização das terras. Queremos explicação para essa prisão, que é política", atacou, completando que Rainha deveria responder em liberdade.
Rainha foi à Justiça Federal acompanhado de Claudemir Silva Novais, líder do MST em Araçatuba. Eles estavam algemados e ouviram, por mais de quatro horas, as acusações feitas pelo delegado Eustáquio Antônio Reis Almeida e pelos agentes federais Luis Felipe Soares Júnior, Elvis Amaral e Valéria Dias Batista. A prisão de Rainha completa quatro meses em 16 de outubro. Ele emagreceu 15 quilos e, desde junho, já leu todos os volumes do livro "O Capital", de Karl Marx.
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