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Advogado de Nahas pede acesso aos autos

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Por Fausto Macedo
Atualização:

O advogado Sérgio Rosenthal, que defende Naji Nahas no caso Satiagraha, requereu ontem à Justiça Federal acesso aos autos do inquérito em que o investidor foi indiciado como suposto integrante de organização criminosa para evasão de divisas, fraude na administração de sociedade anônima, operação de instituição financeira sem autorização, falsidade ideológica e formação de quadrilha. "Estou absolutamente convicto da ilegalidade da investigação", declarou o advogado criminalista. "A defesa não tem ciência do que contém o inquérito e o relatório final. Fica difícil saber o que a PF vislumbrou de crime." A PF indiciou 24 pessoas - além de Nahas foram enquadrados o ex-prefeito Celso Pitta, doleiros, empresários e funcionários do investidor que teriam vínculo com operações de interesse do grupo Opportunity. "O sr. Nahas e os outros citados foram indiciados indiretamente, não apresentei nenhum cliente para ser indiciado", anotou Rosenthal. O advogado sustenta que "a origem da investigação é completamente ilícita". Para ele, o resultado do inquérito da própria PF que incriminou o delegado Protógenes Queiroz, criador da Satiagraha, confirma o que diz. "Tudo o que Protógenes fez é contra a lei." Rosenthal destaca que o engajamento de 84 arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na investigação da PF é "uma prova de que (Protógenes) agiu à margem da lei". O advogado ressaltou que no caso de Nahas "não havia nenhuma justificativa para que fosse alvo de investigação". Rosenthal disse que, quando foi solicitada autorização judicial para grampo telefônico de Nahas, a PF "não apresentou absolutamente nenhum argumento". "Protógenes alegou que o sr. Nahas seria um contato importante do Opportunity, mas não trouxe nenhuma prova", protesta o advogado. "A Lei de Interceptações é taxativa, só permite a medida diante de indícios razoáveis de participação em crime. Seis meses depois de autorizada a interceptação a PF não havia identificado nenhum indício. Mesmo assim Protógenes renovou o pedido de interceptação, e foi atendido. Muita coisa ainda virá à tona."

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