
22 de julho de 2009 | 18h58
Para o advogado do empresário Fernando Sarney, Eduardo Ferrão, o áudio das gravações feitas pela Polícia Federal, divulgadas nesta quarta-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, "não revelam a prática de qualquer ato ilícito" por parte de Fernando, sua filha Maria Beatriz, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Os áudios revelam diálogos que mostram prática de nepotismo pela família de Sarney no Senado.
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Em nota divulgada à imprensa, Ferrão diz que o inquérito policial do qual foram retirados os diálogos está sob sigilo de Justiça, e que a conversa não poderia ter sido divulgada. "Diante da lamentável quebra da privacidade a que todo o cidadão faz jus, todas as medidas legais para a preservação dos direitos do senhor Fernando Sarney e responsabilização dos infratores da lei serão tomadas oportunamente", garante.
Veja a íntegra da nota:
Ante a divulgação de gravações de conversas estritamente privadas, sem qualquer conotação de ilicitudes, entre o Sr. FERNANDO SARNEY, seus filhos e seu pai, cumpre esclarecer:
a) O Inquérito, do qual foram retirados os diálogos divulgados pela imprensa, tramita sob segredo de justiça por força de lei, cuja inobservância, esta sim, constitui conduta criminosa;
b) Sua propagação por meio da Internet e outros órgãos de imprensa constitui flagrante e inaceitável atentado a garantias estampadas na Constituição Federal;
c) No caso, trata-se da divulgação mutilada de trechos de longas conversas telefônicas mantidas entre familiares, as quais não revelam a prática de qualquer ato ilícito;
d) Diante da lamentável quebra da privacidade a que todo o cidadão faz jus, todas as medidas legais para a preservação dos direitos do Sr. FERNANDO SARNEY e responsabilização dos infratores da lei serão tomadas oportunamente.
e) A defesa dos ofendidos reitera, por fim, sua confiança na serenidade e discernimento das instituições do País em relação à matéria.
22 de julho de 2009.
Eduardo Antônio Lucho Ferrão
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