BRASÍLIA- O advogado Marcelo Nobre defendeu que não há nenhuma prova de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) possui contas no exterior e que há um processo de "linchamento" contra o peemedebista.
"O que vemos aqui nesta Casa é uma guilhotina posta hoje em cima da mesa, com nome e sobrenome. Chama-se precedente de linchamento", disse.
Nobre afirmou que os deputados estão se antecipando ao condenar Cunha, já que a investigação sobre se o peemedebista possuiu ou não contas na Suíça ainda não foi concluída pelo Supremo Tribunal Federal.
Em junho, os ministros do STF decidiram tornar Cunha réu ao analisar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República de que o peemedebista alimentou as contas no exterior com dinheiro de propina recebida pela compra de um campo de petróleo em Benin, na África. O caso ainda tramita no STF.
Ao se manifestar antes de Nobre, o relator do processo de cassação no Conselho de Ética, Marcos Rogério (DEM-GO), afirmou que ficou comprovado que Cunha era o dono do dinheiro depositado nas contas da Suíça.
O advogado do peemedebista rebateu essa afirmação, e disse que o relatório de 90 páginas de Rogério não traz o número nem o nome do banco onde Cunha teria conta. "Se o relator disse que a conta existe, cadê ela? Cadê o número?", questionou. (Isadora Perón e Ricardo Brito)