Advogada diz que prisão de Pitta foi 'sensacionalista'

Ex-prefeito de São Paulo foi preso pela PF nesta terça junto com Daniel Dantas e Naji Nahas

Por Ricardo Leopoldo
Atualização:

A advogada do ex-prefeito Celso Pitta, Paula Sion de Souza Naves, afirmou que não teve acesso aos detalhes que motivaram a Operação Satiagraha, deflagrada nesta terça-feira, 8, pela Polícia Federal (PF), mas classificou a prisão de seu cliente de "sensacionalista", em razão do fato ter sido divulgado à imprensa antes da prisão ser efetuada. "Ela (a operação) foi divulgada à imprensa logo pela manhã, antes de ele (Pitta) ser detido em sua casa, às 6 horas", afirmou. Veja também: Imagens da Operação Satiagraha Opine sobre a prisão de Dantas, Nahas e Pitta  Daniel Dantas, pivô da maior disputa societária do Brasil Entenda o nome da Operação Satiagraha, que prendeu Dantas Entenda as acusações contra Dantas e Nahas Defesa diz que Dantas foi preso por vingança Mandados de prisão atingem familiares e funcionários de Dantas As ações da Polícia Federal no governo Lula Os 40 do mensalão O juiz federal Fausto Martin De Sanctis, titular da 6.ª Vara Criminal Federal, especializada em processos sobre crimes financeiros, decretou a prisão do ex-prefeito e de outros 23 suspeitos, entre eles o investidor Naji Nahas e o empresário Daniel Dantas, do Grupo Opportunity.  A advogada Paula Naves acredita que o ex-prefeito deverá ficar preso até quinta-feira na PF em São Paulo. Ela informou que vai solicitar sua liberação assim que ele prestar depoimento. "Fui informada pela PF que o depoimento do senhor Celso Pitta não deve ocorrer nem hoje nem amanhã", disse, destacando que irá solicitar a liberação de Pitta, junto à Justiça Federal, depois do depoimento. "Isso demonstrará que está colaborando com as investigações e não há, portanto, justificativa para permanecer detido", argumentou. A advogada acompanhou o final da operação que culminou na prisão de Celso Pitta em sua residência e disse que não tem certeza sobre o material que foi apreendido pelos agentes da PF, pois no local, segundo ela, não havia uma quantidade relevante de documentos. Ela informou que chegou ao domicílio por volta das 9 horas e ficou até o final da ação, encerrada por volta de uma hora depois. "Não tive acesso aos autos do processo ainda. O senhor Pitta foi preso com base num mandado de prisão expedido pela Justiça no qual constava o número do processo", afirmou. Ela disse que agora vai solicitar à Justiça Federal e a à PF o acesso às informações do processo que motivaram a detenção do ex-prefeito para, então, definir a estratégia da defesa de seu cliente. "Sem saber os detalhes dos autos fica difícil o nosso trabalho."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.