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Adversários, PT e PSDB animam a platéia no debate em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

Adversários no Congresso e na disputa municipal, petistas e tucanos acabaram formando um dos grupos mais animados na platéia do debate da TV Bandeirantes. Em minoria, o senador Arthur Virgílio (PSDB) acabou cercado pelo senador Aloizio Mercadante (PT), o presidente do PT, José Genoino, e o vice-prefeito Rui Falcão. A cada pergunta ou resposta mais polêmica, Genoino e Virgílio riam e trocavam provocações. Após a primeira manifestação de Marta, perguntado se a prefeita estava bem treinada, Genoino retrucou: "Não é treino, é um bom governo." Ao final do segundo bloco, Virgílio disse que não estava incomodado com a maioria petista. "É divertido ver como eles estão preocupados com a situação da prefeita e o esforço deles para defendê-la. Isso é que é companheirismo", disse Virgílio. Entre os petistas, a avaliação é que havia uma "dobradinha" entre os adversários para atingir a prefeita. "Não imaginava que tivesse combinação, e sem preocupação com disfarce", disse o candidato a vice do PT, Rui Falcão. "A combinação é evidente", disse Mercadante, líder do governo no Senado. Pouco antes de iniciar o debate, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e o deputado Nabi Abi Chedid (PTB) se juntaram ao grupo. No meio do segundo bloco, o senador Eduardo Suplicy (PT) também acabou no reduto. Apesar do murmurinho no grupo, a parte mais barulhenta da platéia era formada por correligionários de Maluf, Serra e Paulinho, que deram muitas risadas após uma discussão entre Maluf e Marta, no segundo bloco. Entre os assessores, no palco do debate, chamou atenção as discussões entre Luiz Favre e Duda Mendonça e o celular usado pelo marqueteiro. "Não podia usar celular aqui, mas o Duda está usando", reclamou um assessor de Erundina. Os candidatos Na bancada, a cada vez que ouviam alguma crítica, os candidatos Serra, Maluf e Marta procuravam revirar pastas atrás de alguma informação. Foi assim, por exemplo, quando Marta ouviu referências da candidata Havanir sobre a saúde e as taxas do município. Maluf também não perdeu tempo e sacou um grosso livro preto de uma sacola bege, depois de responder a Marta sobre as dívidas do município. "É o relatório do Tribunal de Contas", explicou. Já Serra ficava folheando uma pasta espiral, onde os assuntos estavam separados por cores. Erundina, Paulinho, Ciro Moura e Havanir se contentavam em olhar para a frente. Maluf, aliás, era o único candidato a olhar para quem estava respondendo as perguntas. Mas ninguém divertiu mais a platéia do que a candidata do Prona. Histriônica como o seu guru Enéas, que ela arrancou risadas do público pela referências à bactérias e protozoárias e por quase nunca conseguir falar no tempo determinado. "Isso ela ainda não conseguiu aprender com o Enéas", ironizou um assistente. Também houve algumas risadas e comentários quando Serra e Paulinho trocaram perguntas favoráveis. O tucano perguntou sobre emprego, assunto monotemático do pedetista, enquanto o ex-presidente da Força Sindical devolveu com uma pergunta sobre saúde. Os petistas torceram o nariz, mas se sentiram vingados quando Marta conseguiu envolver Maluf e Serra numa mesma questão, abordando o tema dos juros. Para Virgílio, o tiroteio contra Marta foi uma coisa normal. "Ela é prefeita e pelo jeito não está fazendo uma boa administração", comentou o senador. "Mas do ponto de vista do Serra, que tem muito o que dizer, não interessa atacar a Marta. Até porque os outros estão fazendo isso." O grupo de petistas, porém, parecia satisfeito. O marido da candidata e coordenador da campanha, Luiz Favre, disse que via o desempenho da esposa com tranquilidade, mas reclamou do formato do encontro. "A natureza do debate dificulta a real discussão dos problemas da cidade. É muita falsa informação que não pode ser rebatida", lamentou Favre. Embaixo da platéia, a mulher de Serra, Mônica, ressaltava que o tucano estava preocupado em apresentar suas propostas. "Não está atacando ninguém", avaliou.

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